Tudo bem que a maioria da população não esquece os momentos positivos que o Brasil alcançou nos seus dois governos, no primeiro de Dilma e em parte do segundo da presidente. Tudo bem que ninguém esquece o quanto o país alcançou reconhecimento internacional, os programas sociais, o investimento na educação.

Agora, condenado, preso e mesmo assim ainda liderar pesquisas eleitorais é algo que parece fora da normalidade que precisa de um estudo de caso maior e mais profundo do que o que ouvimos e dizemos para justificar tamanha popularidade.

A pesquisa quentíssima divulgada nesta terça-feira (17) pelo Vox Populi, realizada entre os dias 11 e 15, repete basicamente o que outras têm dito: 41% dos brasileiros consideram que Lula foi condenado sem provas, 44% consideram que a prisão foi injusta e 58% acham que ele tem o direito de ser candidato novamente à presidência da República, mesmo depois da prisão.

Na espontânea sobre intenção de votos para presidente da República, Lula marcou 39% (eram 38% na pesquisa Vox de dezembro de 2016). Bolsonaro tem 9%, Marina e Joaquim Barbosa, 2%, Alckmin, Ciro e Álvaro Dias, 1%.

Na estimulada, Lula tem 47%, contra 11% de Bolsonaro, 9% de Barbosa, 7% de Marina, 3% de Alckmin e 2% de Ciro.

Nos cenários comparáveis de segundo turno, Lula marca 56% x 12% contra Geraldo Alckmin do PSDB (eram 50% x 14% em dezembro), 54% x 16% contra Marina Silva, da Rede, (eram 52% x 21%) e 54% x 20% contra Joaquim Barbosa, do PSB (eram 52% x 21%).

O diretor do Vox Populi, Marcos Coimbra, avalia que a pesquisa mostra que aumentou o sentimento de que o ex-presidente é vítima de uma injustiça e de que recebe um tratamento desigual por parte do Judiciário.

A pesquisa constata o aumento da simpatia ao PT e a diminuição da rejeição a Lula. É como se prisão do ex-persidente, da forma como ocorreu, parece ter afetado a visão do cidadão comum, de forma a torná-la mais favorável ao ex-presidente, analisa Coimbra.