Parada e cheia de especulações, o que é natural. De concreto, neste momento, a certeza de que o governador Renan Filho (MDB) irá disputar a reeleição. O restante dos principais personagens, com uma ou outra exceção, aguardam definições.
E essas definições dependem não apenas do quadro local, mas também do nacional. Sem Lula, encarcerado ou em prisão domiciliar, ou até protegido por uma decisão do STF de que qualquer pena só deve ser cumprida após julgamento de tribunal superior, teremos uma eleição com um cenário diferente.
Mas, voltando para o nosso campo de visão, Rui ainda tem tempo para decidir se concorre ou não ao governo. Porém, é fato que sem a sua candidatura o seu grupo tende a se esfacelar. O ministro Maurício Quintella, por exemplo, já anunciou que quer Rui para o governo, que é candidato ao Senado, mas que as suas bases permanecem sob controle caso ocorra qualquer imprevisto.
Ou seja, se Rui decidir permanecer no cargo o ministro fica livre para escolher o seu próprio caminho. Vale lembrar que Quintella e Renan Filho são amigos pessoais - dentro do que é possível na política - e não têm qualquer inimizade política. Aliás, Maurício Quintella é sonho de consumo dentro do círculo do governo estadual.
Quanto a Marx Beltrão, ministro do Turismo, a sua candidatura ao Senado não é descartada pelo grupo palaciano. Mas para viabilizá-la precisa crescer e crescer nas pesquisas eleitorais. Pode ir para o grupo de oposição e disputar o Senado? Sim, desde que Rui seja candidato – único nome viável pela oposição – e um dos três postulantes ao cargo, Quintella, Biu de Lira ou Teotonio Vilela, desista do Senado.
Outra opção seria o senador Benedito de Lira aceitar ser vice de Rui. Porém, essa possibilidade levantada por Rui ao ser questionado publicamente sobre sua candidatura pelo senador ainda deixaria três para duas vagas. Como vemos, não está fácil a montagem desse quebra-cabeça.
No entanto, enquanto a teia da política alagoana não é desvendada Renan Filho e Renan Calheiros seguem buscando e fechando apoios e abrindo portas e janelas para receberem novos e antigos e aliados que estavam, digamos, mais afastados.
O tempo da política corre de forma própria. Embora ele (o tempo) também esteja visível e disponível para Rui Palmeira, entre todos é o único que perde- repito – caso opte pela candidatura ao governo e seja derrotado, pois fica sem mandato e entrega o poder ao vice, Marcelo Palmeira, enteado do senador Benedito de Lira.
Mas há tempo ainda, claro, para mais e muitas outras negociações.
Vida que segue e bom carnaval.