Mais da metade da população alagoana está endividada, porém a taxa de inadimplentes é a menor desde janeiro deste ano, revela dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) do Instituto Fecomércio em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Números são relacionados ao mês de outubro e foram divulgados na manhã desta terça-feira, 23.
De acordo com o instituto, 64,7% da população de Maceió é endividada, sendo a menor taxa de endividados desde abril deste ano e o menor nível de inadimplentes, desde janeiro deste ano, com 15,9%. Entre os meses de setembro e outubro, o total de endividados reduziu 3% e os inadimplentes tiveram uma queda ainda maior, 6,5%.
A explicação para a diminuição e a mudança de comportamento parte da recuperação dos postos de trabalho. Dados do Caged/TEM para o mês de setembro apontam a recuperação de 7.411 (saldo) postos, sendo o principal responsável a atividade da indústria de transformação, com saldo admissional de 7.418. Logo após, o comércio com 141 empregos gerados e a construção civil, com 58 empregos. O setor de serviços apresentou variação negativa de 132. Seguido pela agropecuária, com perda de 93 postos. Além disso, quando comparado julho e agosto de 2017, ante o mesmo período em 2016, houve um crescimento de 15,48% na contratação de funcionários temporários.
Vilão
O principal vilão dos consumidores para o endividamento ainda é o cartão de crédito em 80,4% dos casos, onde a taxa de juros, em média, gira em torno de 350,32% ao ano ou 13,36% ao mês, alerta o assessor econômico da Fecomércio, Felippe Rocha. O carnê de loja mais que dobrou nos casos de endividamentos, passando de 4% para 9,8%, devido a mudança na alteração da regra sobre o uso do rotativo do cartão de crédito.
Por outro lado, os consumidores não parecem tão otimistas quanto a recuperação financeira. Apenas 4,5% indicaram que conseguirá sair dessa situação já nesse mês. Outra parcela (44,5%) sairá parcialmente, mas 47,8% se manterá inadimplente por não ter condições de pagamento.
Ainda segundo o Fecomércio, o consumido passa até seis meses se livrando de uma obrigação financeira e já compromete 30,5% da sua renda com o pagamento delas, sinal de alerta, embora tenha ultrapassado em 0,5% o limite de comprometimento. “Aproveitando o bom momento do emprego e do consumo, cabe ao consumidor e as empresas chegarem a um acordo em que ambos saíam ganhando, pois, em média, o consumidor maceioense passa 70 dias com um pagamento em atraso. Esse fato é negativo para o empresário que necessita do valor para operação das atividades”, explicou Rocha.
*Com Fecomércio