Foi pura razão, razão e extrema inteligência política - motivada por profunda leitura sobre a eleição de 2018 - a jogada do ex-governador Teotonio Vilela de anunciar que decidiu entregar o diretório estadual do PSDB ao prefeito Rui Palmeira.
Ora, se cada eleitor pode votar duas vezes para senador, o que lhe importa é somar a maior quantidade possível de apoiadores e o prefeito de Maceió é fundamental, seja Rui candidato ou não ao governo de Alagoas.
O que é prejudicial para Vilela é ser responsabilizado pelo impedimento da candidatura de Rui, de quem perderia, naturalmente, o apoio, e ganharia, em contrapartida, de Rui e de seus aliados e apoiadores imensa antipatia.
A próxima eleição de senador, como já disse, cada liderança, eleitor, cabo eleitoral, enfim, poderá votar e indicar o voto em até dois senadores. Dessa forma, todos os candidatos brigam por um dos dois votos. Sendo assim, pouco importa se um dos votos será dado ao mesmo companheiro de coligação, seja ele candidato a governador ou senador.
Isso significa que, por exemplo, Biu, Vilela, Renan, João Caldas, Marx, Fulano, Sicrano e Beltrano poderão ter o mesmo apoio em um determinado palanque e em outro município o cenário ser outro completamente diferente.
Reza a lenda que o político alagoano da atualidade com o perfil diferente dos demais é Teotonio Vilela. Frio, calculista, calmo, simpático. Essas são algumas das suas qualidades, até mesmo quando vira alvo constante de críticas.
Contam que Collor, irritado, pode dar um murro na mesa. Lessa pode explodir e tratar da questão publicamente. Renan pode ser duro ao ser contrariado, assim como Biu. Todos esses são capazes de mostrar irritação publicamente e também numa reunião política
Teotonio Vilela age diferente. É comedido, controlado. Dizem que ao querer atingir um adversário a ação é feita como se nada estivesse ocorrendo. O inimigo do momento pode estar ao lado, sentado, conversando, sem ter percebido coisa alguma. Só depois é surpreendido por um petardo.
Sem dúvida, essas são qualidades positivas para a realidade da política brasileira.
Reza a lenda, no entanto, que Vilela leu que Rui não é candidato. Por isso ofereceu e botou o cavalo selado em frente a sua porta. Será?
Genial!