Contam que o clima entre o presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), azedou de vez.

Das histórias que são públicas, três se destacam: primeiro, com Maia reclamando que o governo estaria atrapalhando a chegada de novos filiados para o partido.

Segundo, o demista participou de um jantar com os senadores do PMDB que mais criticam o presidente da República, Renan Calheiros (AL) e Kátia Abreu (TO), além de ter participado de encontros com deputados federais da oposição.

Mas também deputados pró-Maia também participaram de alguns jantares semanas atrás e combinaram que com Maia no Poder Moreira Franco seria mantido, mas fora do Planalto.

Por último, Rodrigo Maia reagiu com uma virulência que lhe é incomum ao rebater e trocar farpas com o advogado de Temer, Eduardo Pizarro Carnelós, por causa dos vídeos do depoimento do doleiro Lúcio Funaro

Se sentido agredido pelo advogado que afirmou que era "evidente que o criminoso vazamento foi produzido por quem pretende insistir na criação de grave crise política no país", Maia chamou Carnelós de "incompetente e irresponsável". É que os vídeos também haviam sido publicados no site da Câmara, pois não mais estavam sob sigilo.

Outra declaração de Rodrigo Maia deixa bem evidente o seu novo posicionamento político: "A defesa do presidente recebeu todos os documentos. Nunca imaginei ser agredido pelo advogado do presidente Temer. Depois de tudo que eu fiz, esta agressão não faz sentido. Daqui para frente vou, exclusivamente, cumprir meu papel institucional, presidir a sessão”.

Porém, também fica claro que o presidente da Câmara botou gasolina no trono e no entorno do presidente. De acordo com o site do Poder360, “a assessoria do gabinete do ministro Edson Fachin, do STF, afirmou que o conteúdo da delação premiada de Lúcio Funaro não poderia ter sido divulgado pela Câmara. O único documento liberado do sigilo foi a inicial da denúncia.”

Ou seja, Rodrigo Maia que o lugar de Temer, mas com o compromisso de salvar o seu sogro, o ministro Moreira Franco, também chamado de “gato angorá” nas planilhas da propina distribuída pela Odebrecht.