Os dados fornecidos por Tribunais Regionais Eleitorais foram levantados a partir das eleições do ano passado. Até agora 49 governantes perderam o cargo, o que dá uma média de um prefeito cassado por semana no Brasil.

Problemas como ficha limpa, abuso de poder político e econômico, compra de voto e propaganda eleitoral irregular são as causas. São mais de 300 cidades sendo governadas em meio a uma intensa guerra travada no Judiciário.

Funciona como uma espécie de terceiro turno no tapetão. Prefeitos que já foram cassados em primeira instância, mas permanecem no cargo graças a recursos interpostos nos TREs e no TSE. Uma disputa contra candidatos derrotados que seguem brigando por uma nova eleição ou para derrubar o adversário.

Essa situação crescente cria uma imensa instabilidade política e administrativa. Em Alagoas, segundo levantamento feito pelo O Globo, 27 municípios alagoanos são administrados por gestores com recursos judiciais.

É uma questão crítica para a democracia e para os administrados e, por outro lado, bastante lucrativa para os escritórios de advocacia.

Culpa de uma legislação que permite muitos recursos e de uma justiça eleitoral lenta, o que transfere o pleito das urnas para o “tapetão eleitoral”.

O fato é que temos uma justiça rápida durante o processo eleitoral, mas que demora a julgar os recursos do mandato, o que permite que os maus políticos sigam no poder administrando os recursos públicos.