Enfim, uma personalidade respeitada surge e critica a postura do Exército Brasileiro que, através de generais, ameaçou intervenção militar em caso de caos. Em artigo publicado na Folha, o sociólogo Vladimir Safatle, professordo Departamento de Filosofia da USP, é contundente.
Para ele, as Forças Armadas não agem contra o caos, mas são parte fundamental dele. Também questiona quem poderia explicar “à população de qual delírio saiu a crença de que as Forças Armadas brasileiras têm alguma moral para prometer redenção moral do país?”
Cita por exemplo, personalidades políticas que cresceram dentro do palácio do Planalto na ditadura militar, como Sarney, Maluf, Antônio Carlos Magalhães, entre outros. Relembra, mesmo com o ambiente da época marcado pela censura, casos históricos de corrupção na Capemi, Coroa Brastel, Brasilinvest, Paulipetro, grupo Delfin, projeto Jari, entre outros.
Questiona, ainda, “como esperar moralidade de uma instituição que nunca viu maiores problemas em abrigar torturadores, estupradores, ocultadores de cadáveres, operadores de terrorismo de Estado, entre tantas outras grandes ações morais?”
Contra o que chama de marcha da insanidade, convoca “àqueles que entendem não terem nascido para serem subjugados pela tirania, que não estão dispostos a abrir mão do resto de liberdade que ainda têm para se submeter a mais uma das infindáveis juntas latino-americanas, prepararem-se para exercer seu mais profundo direito: o direito de resistência armada contra a tirania”.
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