O aumento na taxa do desemprego pode ser um dos indicares responsáveis pela redução do nível de consumo dos alagoanos, especificamente dos maceioenses. Os dados foram revelados numa Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) realizada pelo Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento do Estado de Alagoas em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Segundo informações da assessoria de Comunicação da Fecomércio, enquanto o mercado nacional aponta a retomada econômica após dois trimestres seguidos de alta, o Nordeste vai a sentido contrário a registra redução de 0,5% na geração de riqueza. Em Alagoas, de janeiro até agora, houve uma redução de 1,3% no setor do Comércio e 1% no geral.

O assessor econômico da Fecomércio, Felippe Rocha, comentou que a refração reflete a alta taxa de desemprego. Para se ter uma ideia, o Estado registrou um índice de 17,8% de perdas de postos de trabalho, enquanto a média brasileira é de 13,3%.  “Isso afeta a renda dos consumidores e, principalmente, as famílias de Maceió, pois a capital concentra uma taxa de 17,1% de desemprego. Após a estabilidade do consumo registrada em julho, o mês de agosto demonstrou perda da dinâmica da renda para manter as vendas no Comércio, reduzindo 3,24% em relação ao mês anterior”, explicou.

De acordo com o economista, setembro mantém o ciclo vicioso e sinaliza queda de 3,35% no consumo quando comparado a agosto e de 15,63% em relação a setembro de 2016. “Para entendermos os motivos da redução do consumo não basta apenas observar o nível de desemprego da região, mas informações qualitativas que nos ajudam a montar um cenário de incertezas e preocupações dos consumidores que definem seus comportamentos”, reforça.

Por isso, ele explica que, assim como em agosto, houve redução (3,3%) no indicador de manutenção do Emprego Atual, o que significa que os consumidores de Maceió se sentem cada vez menos seguros no emprego. Essa insegurança inibe o consumo, gerando preferência pela liquidez. E como há certa dependência linear, se o Emprego Atual está menos seguro, as Perspectivas Profissionais que garantem a migração de postos de trabalho com melhor remuneração ou até menos a mudança de posto internamente retraiu 2,2% em relação a agosto.

A redução desses dois indicadores somada à alta taxa de desemprego acaba se tornando um peso superior à redução de preços da economia, ocasionando no consumidor uma sensação de estar mais “pobre” em relação ao mesmo período do ano passado, já que 0,9% dos entrevistados disseram estar com menos poder de compra.

*Com assessoria