O senador Renan Calheiros (PMDB) anunciou nesta terça-feira, 12, que terá 50 assinaturas para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os altos salários nos Três Poderes e que o pedido de instalação já foi protocolado. O senador disse, em sua conta no Twitter, que a comissão tem o objetivo de combater os altos salários e que uma longa batalha será enfrentada contra esses privilégios.

Embora Renan tenha declarado o objetivo da CPI, ela é mais uma frente que pode se transformar em uma trincheira contra o Judiciário. Visto que é o poder que possui os mais latos salários, somados a outros benefícios autorizados pela Justiça. No entanto, Calheiros negou que a CPI proposta por ele seja uma forma de retaliação ao Ministério Público e ao Judiciário.

"Isso não é contra Poder A, nem contra Poder B, nem contra Poder C. É uma regra geral. Nós temos que levantar num momento em que o Brasil não tem dinheiro para manter o funcionamento das universidades; num momento em que o Brasil corta dinheiro da ciência e tecnologia; num momento em que o Brasil anuncia que está prestes a não pagar os proventos e aposentadorias, como é que nós nos damos o luxo de pagar salários de R$ 200 mil, R$ 300 mil, R$ 400 mil? Isso é um acinte, um escárnio. Isso não pode continuar a acontecer", afirmou.

Antes de anunciar a criação da CPI, o senador atacou mais uma vez o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e outros membros do Ministério Público, durante um discurso na tribuna do Senado Federal.

Renan acusou Janot de disparar denúncias nos últimos dias para tirar o foco de suas “lambanças”, reveladas em gravações de conversas de Joesley e Carlos Saud. Disse que é uma das vítimas preferidas do procurador que promoveu inquéritos sem base fática e jurídica mínima, apenas para promover desgaste de sua imagem publicamente.

O Senador disse ainda que “a ambição desenfreada pela dinheirama dos irmãos Batista” estimulou o ex-procurador Marcello Miller e outros assessores da PGR a ultrapassarem os limites de suas funções, “para ajudar criminosos a escamotear provas e obter prêmios generosos, com o beneplácito” de Janot.