Por solicitação do deputado Bruno Toledo (PROS), foi aprovada em plenário nesta quarta-feira, 23, a criação de uma Frente Parlamentar para acompanhar o pleito eleitoral para escolha do novo reitor da Universidade Estadual de Ciências da Saúde (Uncisal), marcado para o dia 30 deste mês.
Além dele, já estão confirmados como integrantes da comissão, os deputados Inácio Loiola (PSB) e Léo Loureiro (PPL).
Em discurso na tribuna da Casa, Toledo lembrou que, na eleição passada, quando a reitora Rozangela Wyszomirska foi eleita, sete das onze urnas apuradas foram impugnadas por nelas constarem mais votos do que eleitores. “Isso demonstra que o processo carece de lisura, cuidado, zelo... Tenho recebido relatos que deixam no chinelo muitas atitudes do coronelismo no interior”, afirmou.
Ele lembrou que, este ano, a disputa pelo comando da Uncisal, que tem um orçamento anual em torno de R$ 250 milhões, está acirrada já que, pela primeira vez, três chapas concorrem, capitaneadas pelos professores Célio Fernando (chapa 1), Henrique de Oliveira Costa (chapa 2) e Almira Alves (chapa 3).
Conforme Toledo há denúncias de que alguns dos integrantes da Comissão Eleitoral têm interesse direto no processo e até foram citados na operação Correlatos, deflagrada no começo do mês pela Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU) para apurar um suposto esquema milionário de fraudes em licitação na Secretaria da Saúde de Alagoas (Sesau).
Ainda nesta tarde, durante reunião da Comissão de Saúde, Toledo, Loureiro e Loiola devem ouvir a reitora da Uncisal, que participa de reunião da Comissão de Saúde da Casa, sobre a formação da comissão eleitoral e sobre o pleito passado, “para que os erros não se repitam agora”. Bruno Toledo também pretende se reunir com a comissão eleitoral e com representantes das chapas concorrentes.
“São relatos de manobras pouco republicanas, pouco democráticas, inadmissíveis dentro de uma universidade... É inadmissível que se utilizem de meios tão sórdidos como os que me foram relatados”, frisou, acrescentando que o caso também já foi encaminhado ao Ministério Público do Estado (MP/AL).
Toledo terminou o pronunciamento criticando o que classificou de “institucionalização do calote” em Alagoas: o anúncio feito - segundo ele - pelo secretário de Saúde do Estado, de que os fornecedores credores da pasta não serão pagos.
Em aparte, Inácio Loiola se disse perplexo e surpreso com a informação a respeito da impugnação de mais da metade das urnas no pleito eleitoral passado da Uncisal. Já Francisco Tenório (PMN) lembrou que a classe política sofre muito com comentários que recaem sobre ela, quando em outras eleições, a exemplo da OAB e da própria Uncisal, há denúncias de todo porte e nenhuma medida para evitar fraudes.