O presidente Michel Temer já teria sido alertado pela equipe econômica que vai faltar dinheiro para cumprir as promessas feitas aos deputados que o livraram da denúncia de corrupção passiva apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República). 

Com o aumento do rombo fiscal, queda na arrecadação no mês de julho e a provável suspensão do reajuste dos servidores públicos ficam cada vez menores a margem para que Temer consiga liberar os bilhões de reais prometidos aos parlamentares.

Com isso desagradou o grupo que o apoia na Câmara, formado majoritariamente pela turma do BBB – que é a bancada do Boi, da Bíblia e da Bala. Essa turma está ameaçando o presidente. Primeiro com a reforma da previdência e a agenda econômica, depois dizendo que pode não barrar uma eventual segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer.

A bancada BBB também exige que o governo redistribua os cargos na administração federal, que estão nas mãos dos chamados “infiéis”, para os que votaram majoritariamente para barrar a primeira denúncia por corrupção passiva contra Temer.

Ou seja, a política atual parece uma atividade voltada para o ridículo criminoso. Explico: Atualmente a política não mais é feita para beneficiar a sociedade. Não quero dizer, por outro lado, que antes era melhor, porém, não era da forma como é hoje.

É que todas as ações e objetivos políticos em prática visam apenas o benefício do indivíduo ou do seu grupo político, sem que haja uma visão de sociedade, de nação, de futuro.

Talvez seja por isso que o cidadão encontra-se tão distante da política. Provavelmente percebeu que a política não é feita para beneficiar a maioria.

Daí concluiu que nesse ofício só há espaço para bandidos que amealham poder a partir de uma organização criminosa. Sendo assim, a tendência é que a convulsão social, a crise de representatividade, de descrença nos partidos e nas lideranças aprofunde ainda mais esse distanciamento.

O resultado final disso é incerto e desconhecido, mas não será bom, como já não é, só que será ainda pior.

Isso é revelado pelas pesquisas eleitorais – divulgados em textos anteriores neste espaço - onde serão vitoriosos os candidatos “nenhum, não sabe, não opinaram”. Ou seja, o ridículo criminoso é uma perigosa tendência, o que pode ser mais bem percebido nas ações, declarações e visão de política e sociedade quando a turma BBB age ou abre a boca para explor as suas posições.