Tudo indica que para 2018 teremos uma reforma política, que também trará alterações para 2022. Na ideia já discutida por deputados e senadores sobre reforma política ficou acertada que em 2018 teremos o regime “distritão” como modelo eleitoral de transição para o distrital misto.
E o que isso significa? “Distritão é um sistema majoritário em que são eleitos os deputados mais votados em cada Estado, enquanto no sistema distrital misto metade dos cargos seria preenchida a partir de uma lista fechada enquanto a outra metade seria definida pelo sistema de votação majoritária em distritos”.
Entendeu, não é, que basicamente nada muda na disputa proporcional? Ora, o que eles vão aprovar, caso consigam, no final de tudo é o misto, óbvio. Porque os caciques eleitorais, com a lista fechada, que é escolhida por quem comanda o partido, definem os nomes que fazem parte dessa lista.
Logicamente que vão colocar os seus nomes nos primeiros lugares. Ou, como tem o comando do partido, vão negociar ou vender a primeira vaga, a segunda, a terceira, a quarta..., para quem der algum, digamos, um agrado. Imagina como isso irá funcionar bem, render lucros, cargos e dividendos para especialistas e estrategistas com o perfil de um Eduardo Cunha, Michel Temer, por exemplo, entre outros.
E é bom não duvidarmos do que mais é capaz a organização criminosa que controla a política brasileira. A jogada, a carta na manga final será implantar o sistema parlamentarista para evitar simplesmente uma eleição presidencial que possa ter como eleito Lula ou Bolsonaro.
O PSDB trabalha por essa ideia, o DEM tem dúvida e Michel Temer disse que topa e não tem nada contra. Dessa forma, essa turma evita perder o controle do Legislativo e do Executivo, o que é fundamental para não serem presos.
Vale lembrar que em 1993 houve um plebiscito. Os brasileiros foram votar para escolher entre o presidencialismo, o parlamentarismo e a monarquia. Como diz o jornalista Elio Gaspari, “Parece piada, e é, mas se o negócio é trocar de regime para manter Lula (ou seu poste) longe do poder, a melhor opção seria repetir a consulta, com o PSDB defendendo a monarquia. Afinal, mesmo sendo uma "metamorfose ambulante" (nas suas palavras), Lula é capaz de tudo, mas nunca dirá que "seu" Aristides e dona Lindu pertenciam ao ramo de Caruaru da casa de Orléans e Bragança”.