O desemprego faz com que muitas pessoas precisem se virar nos 30 para complementar a renda mensal. E a tecnologia tem sido aliada desses pequenos empreendedores espalhados pelo Estado e a cada dia surjem mais e mais negócios nas redes sociais. Sites como Instagram e Facebook, por exemplo, oferecem ferramentas específicas para as vendas. Com essa ajudinha eletrônica, se vende roupa, comida, bijuterias etc.

É o caso da Alcileia Tenório, que comercializa acessórios no município de Traipu, na região do Baixo São Francisco de Alagoas, e hoje faz do Instagram o principal amigo na hora de vender. Sem ter condições de abrir uma loja física na cidade, a comerciante buscou a alternativa nas redes sociais para montar a Variedades e Acessórios.

"A minha ideia foi criar tipo uma loja on line no Instagram e criei um grupo no WhatsApp onde tenho o contato de minhas clientes. O negócio, basicamente, funciona com eu tirando fotos e publicando para que elas vejam. Se elas gostarem, veem aqui na minha casa ou eu vou até elas e a partir daí é que surjem as vendas. Como todo mundo usa rede social hoje, me ajuda na divulgação", disse.

Alcileia revelou que sempre quis trabalhar em seu próprio negócio e a empreendora diz que não basta apenas vender, mas é preciso se aprimorar e está por dentro do mundo da moda para poder agradar suas clientes.

"Me preocupo sempre em vender produtos que estejam em alta porque as mulheres gostam de estar sempre na moda e eu busco estudar para trazer boas novidades para as minhas clientes" afirmou.

A clientela de Alcileia foi além das fronteiras do município de onde vive. Uma de suas 50 clientes permanentes, vive em Arapiraca, que fica localizada há mais de 50 km de Traipu. Gabriela Regina diz que conheceu a Variedades e Acessórios a partir das redes sociais e se encantou pelos produtos e preços oferecidos.

"A divulgação dela no Instagram são ótimas. Ela sempre posta coisas que estão fazendo sucesso no momento. Ela tem muita variedade, peças de qualidade e lindas, sem falar que ela é muito prestativa com as clientes", contou.

"Eu moro em Arapiraca, mas ainda assim prefiro ir até Traipu para comprar os produtos da Alcileia e eu faço isso já há mais de um ano. Além dos acessórios e produtos serem de boa qualidade e ter durabilidade os preços são os melhores bastantes acessíveis", completou.

Amigas linkadas pelos negócios

Já consolidada como comerciante de acessórios no município de Traipu, Alcileia fez uma fiel seguidora. Ciente do próprio sucesso, ela deu a ideia da sua amiga manicure - Lyslem Araújo - a divulgar seus trabalhos também no Instagram e mais uma vez, o feeling de Alcileia estava certo.

"Estou trabalhando com isso há menos de 1 ano e comecei a fazer a divulgação no Instagram através do incetivo da minha amiga Alcileia. E aos poucos o meu trabalho foi ganhando mais reconhecimento a partir disso. Pessoas que não eram só as minhas amigas, como no início. Hoje eu tenho uma média de cinco pessoas por dia", afirmou.

A rede social ajudou tanto o trabalho de Lyslem, que ela passou a ter cada vez mais clientes e o tempo foi sendo mais curto. Pensando nisso, ela passou a atender a domicílio e com hora marcada com antecedência para poder dar conta da demanda que só cresce.

“Hoje eu que vou até as minhas clientes. Muitas delas não podem perder tempo em ir ao salão e elas me ligam para que eu possa ir. Hoje o meu tempo tem sido curto para atender toda a demanda. Com isso, eu já criei um cronograma para marcar horário com todas e está dando muito certo. Eu tento melhorar a cada dia para agradar todas elas." pontuou.

Brígida Santos, cliente de Lyslem, afirmou que o diferencial da manicure é a criatividade em seus trabalhos e a visita em domicílio, que facilita muito para quem busca o serviço. "Eu descobri o trabalho dela antes mesmo do Instagram, mas o que mais me encanta são os desenhos que ela faz. São diferentes e únicos. Quando termino um já fico pensando nos próximos que irei fazer com ela. Sem contar que os preços dela são acessíveis e tem a facilidade de poder vir na minha casa", disse.

Do extra à renda principal

Já em Maceió, o vendedor de roupas Rodrigo Rosendo, que trabalha em uma loja de um dos shoppings da capital, cada vez mais busca sair da condição de funcionário para ser empresário. Atualmente ele divide seu tempo com o seu negócio no Instagram, onde vende acessórios para smartphones.

De início, ele buscou o trabalho na rede social apenas para conseguir um dinheiro extra, mas o negócio foi dando certo ao ponto dele - atualmente - já pensar em torná-lo sua renda principal.

"Hoje tenho como minha renda extra, mas venho trabalhando pesado para se tornar a principal. Tudo surgiu por conta de uma brincadeira de amigos. Comecei a vender entre conhecidos e foi tomando uma proporção muito boa. Com isso, resolvi expandir para as redes sociais com o foco maior no Instagram. Já estou na plataforma hà 2 anos e com ela, consigo atingir um público maior. Antes só trabalhava em Maceió, hoje eu já envio para todo Brasil. Sem as redes sociais ficaria mais complicado de divulgar a marca e produtos que disponho", afirmou.

Para conquistar ainda mais clientes, Rodrigo aposta nas promoções e no bom atendimento. Mesmo enviando seus produtos para vários lugares do país, ele capricha nos preços baixos para deixar a clientela feliz.

"Eu busco sempre agradar as pessoas que buscam meus produtos. Por exemplo, sempre faço o possível para não cobrar taxa de entrega para as capitais. Além disso, atendo todo mundo em horários agendados porque garante a qualidade no atendimento, conforto para o cliente e para mim também", contou.

E a estratégia deu certo. Nos comentários das postagens de Rodrigo é possível ver vários elogios de seus clientes, que satisfeitos, recomendam os produtos e prometem voltar a comprar. "Um serviço muito legal, me deu toda atenção no ato da compra, grande variedade de produtos e sem falar que são de ótima qualidade, além do mais que nem precisei sair de casa para proteger meu smartphone" disse a cliente Gessyca Souza, via Instagram.

Rodrigo disse ainda que com a tecnologia ao seu favor, não lhe interessa ter uma loja física no momento. "Não possuo um ponto fixo, até porque nos dias atuais não seria muito favorável para mim por conta de encargos, entre outras coisas. Sempre zelo pela qualidade de vendas e o conforto de meus clientes para que não precisem sair de onde estão para adquirir algum produto de seu interesse", finalizou.