Enquanto o plenário pegava fogo na Câmara dos Deputados durante a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), com direito a empurra-empurra entre opositores e aliados, na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), Ronaldo Medeiros (PMDB) colocou mais lenha na fogueira: “Votar em um presidente desses é fechar os olhos para um monte de aberração que está ocorrendo no País”.
O líder do governo na ALE disse que, enquanto tiraram a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) da presidência por conta de uma pedalada, “esse senhor que está aí, que me recuso até a dizer o nome dele, comete um monte de crimes e parte do Congresso não quer sequer que ele seja investigado... Se fosse Lula que tivesse feito a metade do que ele fez, já tinham invadido o palácio e tirado ele de lá a pulso, pela gravata”, destacou.
“Esse governo perdeu a moral, a vergonha e a dignidade... O Brasil tem hoje uma coisa não um ser humano na presidência”, completou Medeiros, inspirado, ao se referir ao colega de partido.
Baixaria
Já na Câmara, ao encaminhar o voto a favor do relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) e contra a aceitação da denúncia, o alagoano Arthur Lira, líder do PP na Casa, lamentou as cenas protagonizadas pelos parlamentares durante a sessão, que teve direito a empurrões, tapas, troca de ofensas, chuva de dinheiro falso e até uma brincadeira envolvendo jogar “pixulecos” de Lula de um lado para o outro no plenário.
Reafirmando a posição da bancada em fechar questão contra a denúncia, Lira disse que a questão deve ser resolvida no voto e não “na tapa ou no empurrão”.
Ele também criticou as informações divulgadas na imprensa de que Temer liberou mais de R$ 2 milhões em emendas para comprar o apoio de parlamentares: “Foi gasto mais que o dobro de emendas empenhadas para tentar cooptar deputados aqui”, alfinetou, se referindo ao processo de impeachment de Dilma.