Mesmo diante da crise financeira, alguns setores da economia de Alagoas têm conseguido diminuir o saldo negativo na perda de empregos formais no primeiro semestre de 2017. Como um demonstrativo da recuperação, dados do Ministério do Trabalho mostram que em maio de 2016, 813 alagoanos perderam o emprego. Este ano e no mesmo período, apenas 151 postos de empregos formais foram perdidos.
O economista Rômulo Sales explica que a redução demonstra um sinal de recuperação na economia alagoana, onde “o cenário ainda é ruim, mas está menos pior". A crise política e cenário econômico nacional gera instabilidade na economia afetando a falta de investimento em novos empreendimentos que poderiam gerar novos empregos.
“O comportamento da geração de emprego dos estados acompanha os movimentos da economia nacional, que apesar de ainda contar com um alto nível de desemprego, já apresenta nos meses de fevereiro, abril e maio de 2017 saldos positivos de geração de postos de trabalho formais. O cenário econômico nacional ainda continua muito frágil. Impera a incerteza no campo político afetando diretamente no econômico. Contudo, mesmo nesse conturbado cenário podemos ver uma luz no fim do túnel para nosso sofrido estado”, explicou Sales.
No primeiro semestre deste ano, a indústria de transformação foi a que mais gerou empregos no estado, totalizando 6.166. “Nesse setor podemos citar a Braskem que tem expandido sua produção nos anos de 2015 e 2016 de soda DF, dicloroetano (DCE bruto), hipoclorito de sódio e policloreto de vinila (PVC). Essa expansão pode ainda estar causando impactos positivos na demanda por mão de obra no setor”, salientou o economista.
Em segundo lugar vem a agropecuária com um saldo acumulado de 362 empregos formais de janeiro a maio deste ano. O economista aponta os incentivos fiscais concedidos à cadeia do leite e para a produção de carne bovina e de frango, como principais fatores para a manutenção e geração de empregos no campo. Por último, o comércio com 195 postos de trabalhos gerados no acumulado do período analisado.
O economista acredita que a expectativa da população para a melhora do cenário econômico é de piora no segundo semestre. Isto porque as reformas trabalhistas e previdenciárias, as restrições orçamentárias dos gastos públicos vão penalizar os que mais precisam dos serviços de educação e saúde, por exemplo. “Os mais pobres serão penalizados e Alagoas, um dos estados mais pobres do país, sofrerá com todas essas mudanças em curso”.
*Estagiária