Anunciado o recesso parlamentar da Câmara Municipal de São Miguel dos Campos, o que se espera para o segundo semestre é que o prefeito Pedoca Jatobá, terá mais uma preocupação para administrar. Além das inúmeras críticas da população, quem acompanha as Sessões da Câmara percebeu que alguns vereadores estão elevando o tom dos discursos contra o gestor e parte do seu secretariado. A queixa se inicia pela falta de compromisso com os simples requerimentos apresentados pelos vereadores e se estende pela precariedade dos serviços nas mais diversas áreas.
Na sessão da última segunda-feira (19), o presidente da Casa, Maxwell Idalino, destacou a preocupação dos vereadores nos mais diversos setores da administração, solicitando obras e serviços que atendam as necessidades do município. De acordo com ele foram 75 indicações, cerca de 25 requerimentos, além de Projetos de Lei e inúmeras solicitações verbais, mas que, infelizmente, o Poder Executivo não tem dado a devida atenção quanto às demandas da população e não executa as solicitações apresentadas.
Com uma gestão desastrosa, marcada pelo improviso, falsas promessas e falta de diálogo, a tendência é que o cenário se agrave ainda mais no segundo semestre, já que um dos quinze parlamentares, vereador Jalmir Santos, anunciou em plenário que irá ajuizar várias denúncias junto ao Ministério Público, pontuando as falhas administrativas da atual gestão. O vereador chegou inclusive, a afirmar que o prefeito os considera 'bobos da corte', tamanha a falta de atenção e respeito para com os representantes do povo.
A insatisfação dos vereadores também se estende a boa parte do secretariado, que, segundo informações, são despreparados e acomodados, engavetando por exemplo, os requerimentos apresentados pela Casa. Para eles, a falta de boa vontade de alguns “chefes de pastas” - pessoas que hoje estão ocupando um cargo temporariamente de confiança - que foram indicadas e não eleitas pelo povo, acaba prejudicando a população, que não tem os pleitos atendidos.
No dia 14 de junho, o blogueiro do Cada Minuto, Kleverson Levy, trouxe à tona uma notícia que estava causando revolta em moradores da cidade. O fato se tratava de um evento que seria promovido pela Prefeitura do município, através da Secretaria Municipal de Educação: "Arraiá Solidário" Além de ser uma festa para arrecadar doações para vítimas das chuvas em Alagoas (de acordo com o texto), o que mais chamou atenção foi o ingresso cobrado para quem fosse participar da festa junina. Na própria arte da Prefeitura estava escrita a seguinte frase: "Entrada: kit de material escolar". O interessante é que, além disso, os organizadores recomendavam a compra do kit escolar em duas únicas papelarias da cidade: Veríssimo e Carvalho.
"Estou até agora sem acreditar. Um arraiá solidário para que a pessoa dê material escolar? Prefiro achar que foi uma criação e uma brincadeira de mal gosto. Os artistas estão recebendo para isso? Porque a Prefeitura tem dinheiro para bancar os artistas e não tem para comprar material. Pera aí! Eu acho que São Miguel está passando por uma crise moral. Um show beneficente para arrecadar material escolar? ", comentou Ivanildo Marques, autor de o "Áudio na Mira", uma espécie de programa via WhatsApp.
De acordo com relatos dos moradores, a população não esperava tanto amadorismo, pois é inadmissível que após um semestre de governo, a gestão não ouça o clamor popular e reconheça a ineficiência. "O que temos visto, são secretários e assessores deslumbrados, se achando uns pavões, que não admitem e não tem humildade de reconhecer que precisam melhorar", disse um morador.
Ao que tudo indica, o segundo semestre não será nada fácil para o prefeito. Os parlamentares engrossaram os discursos e o que se espera após o recesso, é que todos os atos do prefeito sejam minuciosamente analisados, além de passar a conviver com um governo constantemente sendo alvo de críticas.
