Tudo indica que o senador Renan Calheiros viu primeiro o que agora outros estão vendo após a delação da Odebrecht e de outras que estão por vir. Como a delação da construtora irradiou lama para praticamente todos os partidos e poderes – inclusive o Judiciário -, toma corpo a tese de que a candidatura de Lula é essencial para “evitar o extermínio da política”.

É avaliado que Lula tem não só “couraça grossa”, mas é o único capaz de enfrentar o “partido da Lava Jato”. E por conta desse senso de sobrevivência dos políticos, vários caciques do PMDB já fizeram essa leitura e já tem gente trabalhando para atrair para o ex-presidente Lula legendas de centro, cuja articulação estaria fora da alçada do PT.

Ou seja, Lula é, neste momento, a alternativa para todos. Especialmente após o PSDB ter tido não só as suas principais lideranças atingidas pela delação da Odebrecht, mas também porque perdeu o discurso de corrupção que usava contra o PT.

A maré parece tão favorável ao ex-presidente, principalmente após a pesquisa Data Folha, que um grupo de governadores articula o lançamento de uma carta pública em apoio à candidatura dele à Presidência.

Essa proposta tem como pais governadores do Nordeste e já conta com o apoio de governadores de outras regiões, casos de Tião Viana (PT-AC) e de Fernando Pimentel (PT-MG).

Avaliação é que o melhor momento para divulgação do documento é após Lula prestar o depoimento ao juiz Sérgio Moro, marcado para 10 de maio. Será o embate entre o “partido da Lava Jato e o lulismo”, dizem.

Pelo desenrolar dos acontecimentos, pelo menos por enquanto, a impressão que se tem é que Lula virou o barco que pode salvar  tudo e todos. Casos da economia, da política e dos políticos.

Mas há muita nebulosidade.Tudo pode dar certo. Mas tudo também pode dar errado.

Independente do que vier a acontecer, alguns vão se salvar, mas outros vão se afogar. A lógica mostra  que não dá pra fazer política e acordos sem que inexistam vítimas

Aguardemos os nomes dos mortos e os dos sobreviventes.

Simples assim.