Delação traz relato sobre pagamento a Collor. "Eu quero...Preciso ganhar.."

17/04/2017 11:10 - Coluna Labafero
Por redação
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O Blog do Fausto Macedo, no jornal Estado de São Paulo, traz o relato da delação premiada, onde  executivos afirmaram que a empresa repassou para a campanha do senador Fernando Collor R$ 800 mil de propina e caixa 2. Nas planilhas, o senador era apelidado como “Roxinho”, numa referência à frase dita por ele ainda no exercício do mandato de presidente. Em 1991, ele afirmara ter nascido “com aquilo roxo.” O valor foi pago pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, que controlava os pagamentos de propinas à políticos.

No vídeo, Barradas conta que o pagamento foi feito em São Paulo .“Não foi uma doação oficial. A origem do dinheiro era lícita, mas a maneira de passar era que estava errada”, reconheceu.

Além dos ex-executivos da Oderbrecht, estava presente na reunião o Euclydes Mello, primo de Fernando Collor. O tema central do encontro era uma eventual privatização da Companhia Estadual Alagoana de Saneamento (Casal). “A empresa é uma das mais deficitárias do Brasil. Ele entendeu e disse se francamente favorável à privatização, que sempre foi liberal”, disse Santos Reis. “Com esse discurso compatível entre o que ele se propunha a fazer e com que nós gostaríamos de ver, nós acertamos a contribuição de R$ 800 mil”, completou o ex-diretor Santos Reis.

No depoimento, Barradas contou que ele e Santos Reis viajaram para Maceió com um avião da companhia, especialmente para discutir a doação de campanha com Collor. O plano de voo foi apresentado como uma das provas, além da planilha do sistema Drousys, o departamento de propinas da Odebrecht, onde consta a doação de R$ 800 mil. Barradas afirma que já havia, durante o voo, a percepção de que Collor pediria uma contribuição para a eleição. “Não tinha dúvida. Toda vez que você conversa com candidato há expectativa de que ele lhe peça alguma coisa. Essa expectativa com certeza existia.”

Nas palavras do ex-executivo da Oderbrecht, Collor foi “propositivo”. “Quero que você faça as obras”, teria dito. “E nós: ‘senador, nós não fazemos obras. Nosso negócio é investimento, é gestão. Inclusive quem faz a obra não somos nós. Nós contratamos as obras’. E ele: ‘Quero, quero, quero. Preciso ganhar’”, relatou Barradas no vídeo.

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