Já está no site da Assembleia Legislativa de Alagoas o relatório da auditoria realizada na casa pela Fundação Getúlio Vargas. Ela também foi disponibilizada para algumas autoridades, caso do deputado Rodrigo Cunha (PSDB).

São milhares de informações em 242 páginas. Mas, caro leitor, tenha calma ao ler e muito cuidada ao interpretar. Por exemplo, há um pulo da pagina 142 pra 237. Fui informado que se trata apenas do ementário de leis (conjunto legislação que trata de direitos e deveres do servidor).

Cautela também ao imaginar que muita gente vai ser demitida ou é fantasma, especialmente após uma declaração anterior dada pelo presidente da ALE, Luiz Dantas, que criou a maior expectativa quando disse que “se publicar a auditoria não fica um servidor”.

Numa leitura rápida e superficial você poderá perceber que a FGV constatou que 240 servidores estão desprovidos de qualquer informação em suas pastas funcionais. Isso não significa que serão demitidos ou que são fantasmas.

Sabedores da esculhambação histórica, má gestão e até de uma enchente que destruiu o antigo departamento de Recursos Humanos quando funcionava em uma rua paralela à Thomaz Espíndola, no Farol, tem muita gente que deve ter toda a documentação guardada em casa.

No entanto, também é fato que há irregularidades e inconformidades, mas é preciso avaliar se elas são sanáveis ou não, do ponto de vista do Direito Administrativo, algo que certamente será estudado pelo procurador-geral da ALE, Diógenes Tenório. A ele deverá caber à missão de examinar a auditoria e emitir parecer.

O grande esquema de irregularidades políticas e financeira na Assembleia Legislativa, nas últimas décadas, não está na folha de servidores efetivos. Mas, isso sim, na de comissionados, fonte rotineira de todas as operações policiais que por ali passaram.

Portanto, que essa auditoria da FGV não sirva apenas de bucha de canhão pra retirar a alça de mira das instituições fiscalizadoras da tal GDE (gratificação de desempenho), nem da misteriosa folha de comissionado e muito menos das prestações de contas dos gabinetes.

Por isso, repito: Muita calma nessa hora para que as pessoas erradas não sejam execradas e que tenham garantido o direito ao contraditório.

Leia o relatório na íntegra aqui.