Especialista sobre o que não é visível na interpretação dos números de pesquisas eleitorais e dono de uma capacidade de avaliação quanto aos rumos da política, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) aparenta dar braçadas para também não ser contaminado pela rejeição do governo Michel Temer, seu companheiro de partido.
Para Renan, basta a sua própria rejeição, uma das maiores entre os políticos brasileiros. Somar o que é negativo dos outros ao que já é seu conquistado nos anos de caminhada nessa atividade, é suicídio.
Por isso, também, o doutor em política explicitamente ataca Temer em sua página no Facebook. Ele critica o projeto de terceirização geral, o aumento de impostos, corte de investimentos e a reoneração da folha de pagamentos. Ou seja, tenta agradar empresários, trabalhadores e, claro, eleitores.
Pois bem, caro leitor, o senador gravou um vídeo (veja aqui) com críticas ao presidente da República. Algo inimaginável para um estrategista que atua nos bastidores em busca de entendimento.
O que o senador pode perder agora? Poder, cargos e ações governamentais em benefício do governo do seu filho. No entanto, é uma perda que vai durar cerca de um ano até 2018, quando teremos eleições.
Por outro lado, o líder do PMDB no Senado pode estar usando uma nova estratégia: Ataca o governo, mostra que tem influência e apoios para resgatar, recuperar, preservar e até aumentar a sua força diante do Executivo.
Com isso terá mais ‘estrutura’, força política para manter o seu mandato no ano que vem. Os agrados e o 'toma lá, dá cá' quase sempre são decisivos numa eleição.
A questão é aonde exatamente ele quer chegar?
Pode ser uma coisa. Mas também pode ser outra.
Afinal de contas, o senador Renan Calheiros é um sobrevivente na política. E não age sem um objetivo definido.
Aguardemos.