Deputados se "desentendem" sobre emenda para aumentar número de integrantes da CCJ

21/03/2017 18:07 - Vanessa Alencar
Por redação
Image

(Atualizada às 18h25)

Em entrevista à imprensa, o deputado Rodrigo Cunha (PSDB) disse que a leitura do parecer de relatoria especial favorável a aprovação de um Projeto de Lei de sua autoria o pegou de surpresa na sessão desta terça-feira, 21, na Assembleia Legislativa (ALE).

Ele contou que foi surpreendido com a leitura do parecer ao PL, que é de 2015 e versa sobre a proibição da concessão de título de cidadão honorário a pessoas já falecidas, e com a emenda feita à proposta.

“Fui surpreendido com emenda que será analisada pela Casa, para aumentar a quantidade de membros da CCJ. Particularmente eu não vejo como negativo, acho que quanto mais parlamentares participando efetivamente da comissão, é positivo, mas, a questão é ver a tecnicidade disso, se é possível ou não...”, afirmou.

Questionado se classificava a emenda de “clandestina”, uma vez que ela não tem qualquer relação com o PL, Cunha lembrou que, em outras ocasiões, colegas parlamentares já se posicionaram contrários a emendas deste tipo. “Quero verificar se aqueles que se colocaram dessa forma vão manter o mesmo entendimento agora... Vou me situar sobre o assunto para me posicionar no dia da votação”, concluiu.

A fala de Cunha, no entanto, foi desmentida pelo autor da emenda, deputado Bruno Toledo (PROS). Em entrevista ao Blog, o parlamentar disse que o colega tinha conhecimento da emenda - que aumenta de cinco para sete o número de integrantes da CCJ -, desde a semana passada.

“Como se trata de uma matéria interna, que só amplia o número de membros da comissão, o que na prática é salutar, traz mais pluralidade na comissão, eu busquei um projeto que já estivesse pronto para votação e fiz a emenda... Procurei o Rodrigo e ele concordou que eu aproveitasse esse projeto dele”, afirmou Toledo.

“O deputado não está sendo verdadeiro ao dizer que foi pego de surpresa. Por se tratar de matéria interna e positiva, busquei o entendimento com o deputado e ele concordou. Não fiz nem faria nenhuma emenda clandestina ao projeto sem o autor saber”, reforçou Toledo.

Nos bastidores, a informação é que a emenda é uma forma de atender a todos os interessados na cobiçada Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Auditoria

Sobre o resultado da auditoria realizada pela FGV na folha de pagamento dos servidores efetivos da Casa, Rodrigo Cunha disse que ainda não recebeu o relatório e também não foi informado pela presidência sobre um prazo para que isso ocorra. "O presidente disse que de imediato entregaria, mas já se passaram oito dias do que foi prometido e hoje mesmo irei procurar pessoalmente o presidente para ter acesso ao que foi solicitado".

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..