Tudo que o presidente Michel Temer precisa agora é de boas notícias e uma agenda positiva. Grande parte de seus auxiliares não tem ajudado, com envolvimento na Lava Jato e outras ações atrapalhadas. O contrário disso vem acontecendo com o ministro dos Transportes, Mauricio Quintella.

Além de não causar problemas, com inclusão em listas ou declarações atrapalhadas, Quintella vem conseguindo ajudar Temer a ter uma agenda positiva. Foi assim com vitória jurídica para retomar as duplicações, na reforma de aeroportos e, principalmente, no super bem sucedido leilão dos aeroportos, que pela primeira vez em muito tempo, retirou, por alguns momentos, o governo da sucessão de manchetes negativas.

Um exemplo disso foi o editorial da Folha de São Paulo, um dos veículos mais críticos ao governo, que rasgou de elogios a ação capitaneada pelo Ministério dos Transportes.

“O perfil das empresas vencedoras indica nova etapa no setor. São todas operadoras reconhecidas (a francesa Vinci, a alemã Fraport e a suíça Zürich), que entraram sozinhas na empreitada.

A ausência da estatal Infraero e de empreiteiras marca mudança fundamental em relação aos leilões realizados na gestão de Dilma Rousseff (PT). Desmobiliza-se o modelo que associava políticos, grandes construtoras, bancos federais e fundos de pensão em torno dos grandes projetos.

A demonstração de que o país pode atrair investimentos em moldes de mercado e sem financiamento oficial é a notícia mais importante a ser comemorada (…).

Permanecem as dificuldades de sempre —má qualidade dos projetos, imprevisibilidade no licenciamento ambiental, confusão de jurisdição dos vários órgãos de controle, riscos de judicialização.

São vícios resultantes de anos de intervenção caótica do Estado, seja por descrença nos mecanismos de mercado, seja por associação indevida entre políticas públicas e negócios privados.