Caso decida disputar o governo de Alagoas, o prefeito Rui Palmeira (PSDB) aparece como adversário capaz de enfrentar o governador Renan Filho (PMDB). Essa densidade eleitoral de Rui é revelada tanto pelas pesquisas para consumo interno, como por aquelas tornadas públicas e divulgadas neste blog e na Coluna Labafero nos últimos dias, aqui no CM.

Exatamente por isso, o senador Renan Calheiros (PMDB) – ‘Doutor’ em estratégia política – tenta chamar Rui para o centro do ringue. E, atentem, Renan pai preserva o filho governador, Renan Filho.

É cedo? Não, de jeito nenhum.

Pois bem, a provocação foi feita após o prefeito de Maceió ter ido visitar, no início desta semana, as obras de pavimentação e iluminação no bairro de Saúde.

Calheiros disse que Rui visitou as obras cujos recursos de emendas parlamentares foram feitas por ele. Como para bom entender meia palavra basta, Renan deu a entender que Rui estava aparecendo em cima do seu trabalho.

Claro que o senador esperava uma resposta direta de Rui. Daí viria uma polêmica, debate, enfrentamento.

Mas o tiro saiu pela culatra. Rui Palmeira não aceitou ir para o centro do ringue. Essa decisão e a verdade sobre a origem dos recursos esvaziaram a tentativa de Renan.

É que as obras no bairro da Saúde são de recursos próprios do município, sendo R$ 400 mil da Seminfra e R$ 131 mil da Sima.

Renan errou?

Não.

No caso presente interessava muito mais a polêmica do que a verdade sobre os recursos. Em política não importa se o que é dito é fato.

Caso Rui rebatesse diretamente, Renan Calheiros apareceria com outro tipo de ataque, daí o ringue, a polêmica, o confronto antecipado e talvez o desgaste.

Rui acertou. Renan tentou.

E o ringue ainda aguarda os lutadores definitivos de 2018.

 

A CÂMARA E MAC LIRA

O secretário de Desenvolvimento Territorial de Maceió, Mac Lira, foi convidado para comparecer ao plenário da Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (16), às 9 horas.

Ele será ouvido pela Comissão de Assuntos Urbanos formada pelos vereadores Zé Márcio (presidente), Eduardo Canuto e Sílvio Camelo, sobre imperfeições na lei que regulamenta o Plano Diretor de Maceió.

É que o prazo dado pela lei para regulamentação através de decreto foi extinto há mais de um ano, segundo vereadores da oposição. Dessa forma, eles defendem que tem que retornar para o Legislativo como projeto de lei para que os vereadores façam as devidas alterações, e não que elas sejam feitas pelo Executivo através de decreto.

Corretores, construtores e o CREA estão de olho nessa questão, cada um com os seus devidos interesses sobre o tema.

O Plano Diretor atual trata de remembramentos, estacionamentos, construções e, entre outras coisas, outorgas onerosas.

Exemplo: legislação diz que um prédio construído na Pajuçara deve ter dez andares. A construtora erra e levanta o prédio com onze andares e fica sem poder regularizar a obra.

Porém, se fizer um acordo com a administração municipal – ressarcir construindo uma praça, por exemplo, resolve o problema.

Ou seja, outorga onerosa não pode ser uma regra, defendem vereadores.

Daí pode surgir uma nova discussão sobre essa questão.

É o que tudo indica, inclusive com polêmicas jurídicas, políticas e econômicas.