Acontece nesta sexta-feira (10), no Fórum do Barro Duro, nova etapa da audiência de instrução do referente ao caso do capitão da Polícia Militar Rodrigo Moreira Rodrigues, morto durante uma ação. Entre as pessoas ouvidas, Karollyne Monteiro Almeida, namorada do réu Agnaldo Lopes Vasconcelos, afirmou que a equipe policial se identificou como segurança do condomínio onde o crime ocorreu.

Karollyne foi arrolada como testemunha tanto pela defesa quanto pela acusação do caso. Ela disse ao juiz Geraldo Amorim Terceiro, titular da 9ª Vara Criminal da Capital e que conduz a audiência, que ela e Agnaldo tiveram dúvidas se de fato era a polícia que batia a porta da residência na noite do crime.

“A todo momento a gente tinha dúvida se realmente se tratava de polícia, porque quando [a polícia] chegou à casa, se identificou como sendo segurança do condomínio por diversas vezes”, relatou.

Ela afirmou em juízo que os policiais não foram agressivos no momento inicial, quando estavam se identificando como seguranças do condomínio. Mas na sequência gritaram “Abra a porta filho da p*ta, é a polícia”, afirmou.

Ainda serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa. Os policiais que participaram da abordagem também constam na lista das pessoas convocadas.

O vizinho que mora na casa em frente a do réu, Fernando Antônio Mangueira Gomes, também prestou depoimento e disse que estava dormindo e não viu a chegada dos policiais à residência de Agnaldo, acordando apenas com o ruído dos tiros. “Ouvi o grito do rapaz pedindo socorro porque tinha um policial ferido”, disse.

Agnaldo, réu acusado de disparar conta o capitão Rodrigo, acompanhou a sessão e será o último a ser ouvido pelo juiz Geraldo Amorim. Do lado de fora do salão do júri onde ocorreu a audiência, familiares do capitão realizaram uma manifestação onde pediram justiça. Na porta do Fórum cartazes foram fixados relembrando o militar morto.

O caso

O capitão Rodrigo Rodrigues foi morto, no dia 09 de abril do ano passado, durante uma operação para tentar recuperar um celular roubado no bairro do Poço. Ele foi alvejado por um tiro quando tentou abordar a residência de Agnaldo Lopes, situada no condomínio Jardim Petrópolis.

Segundo a versão da Polícia Militar, Rodrigo teria se identificado como militar ao bater no portão antes de subir o muro para entrar na residência. Agnaldo teria disparado contra o militar, que ainda foi socorrido, mas morreu.

Agnaldo segue preso no Sistema Prisional e teve a prisão preventiva mantida por decisão da Justiça. Ele foi autuado pelos crimes de homicídio qualificado e porte ilegal de arma de fogo.

*Com informações do Tribunal de Justiça