Depois do carnaval e da quarta-feira de cinzas o tema em debate no país continuará sendo Operação Lava Jato. Cada vez mais rapidamente as entranhas da relação entre empresas, políticos e partidos surge comprovando o que já era sabido no entorno do mundo político: o verdadeiro esquema de financiamento de campanhas e personalidades que gerou fortunas.

Em depoimento à Justiça Eleitoral, o ex-presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, disse que se sentia o “bobo da corte” do governo federal porque era obrigado a entrar em projetos que não desejava e bancar repasses às campanhas eleitorais sem receber as contrapartidas necessárias.

Ele foi ouvido nesta quarta-feira (1) pelo ministro Herman Benjamin, relator da ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral e investiga a chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer na campanha eleitoral de 2014.

Marcelo também disse que foi o ministro licenciado da Casa Civil, Eliseu Padilha, quem pediu R$ 10 milhões para o PMDB, em 2014, num jantar em pleno Palácio do Jaburu, com a presença do então vice-presidente Michel Temer. O pedido foi atendido, claro, através do caixa dois, via departamento de propina da companhia.

Já está mais do que claro, com poucas exceções, que eleição no Brasil é ganha com dinheiro para bancar estrutura, alianças e coligações.