O uso da greve um dia antes do início do carnaval é uma tapa na cara da população. Mais uma. Assim fazem os policiais civis alagoanos. Estes apenas brigam por aumento de salários, mas não escancaram o número de inquéritos abertos e concluídos e aqueles que dormem sono eterno nas delegacias, no Judiciário e até em algumas promotorias.

Faz parte do cardápio de cada um por si no Brasil. Difícil, atualmente, imaginar que a sociedade atual possa funcionar diferente desse script. Porque parece que está entranhado em nossas vísceras, mente e alma diariamente.

Vejamos:

1 - O senador Edison Lobão (PMDB), líder da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que presidiu a sabatina que aprovou o nome de Alexandre de Moraes para o STF, teve milhões de reais bloqueados por autoridades da Suíça. Citado na lava Jato, as contas não estão em nome do senador, mas de pessoas e empresas ligadas a ele.

2 - Delatado por José Yunes, grande amigo e ex-assessor de Michel Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, tirou licença do governo também por problemas de saúde. Yunes também atinge o amigo Temer ao dizer que ele sabia que foi usado por Padilha.

O pacote que ele (José Yunes) recebeu de um delator da Odebrecht era dinheiro acertado por Temer para financiar 140 deputados para garantir à eleição de Eduardo Cunha à Presidência da Câmara. Da propina de R$ 11 milhões, R$ 4 milhões foram entregues a José Yunes.

Quando a gente olha para a política, para o andar de cima, o que vê dá descrédito aqui e alhures. Basta observar, por exemplo, a Lava Jato e outros processos contra os principais membros da bancada federal alagoana.

E não tenhamos dúvidas: Deputados, inclusive alagoanos, receberam dinheiro para votar em Eduardo Cunha, mudar de lado, fazer oposição canina ao governo e derrubar a presidente Dilma e assumir cargos importantes no governo do vice-presidente. É só lembrar-se dos nossos representantes que apareciam nas fotos com Cunha.

Ora, se o andar de cima não é exemplo para quase nada, no andar de baixo categorias do serviço público buscam obter o que consideram seu por direito ou não, sejam médicos, policiais, delegados, professores, sem que se importem com as consequências para a sociedade.

E o Brasil segue esvaindo-se no campo moral, ético, administrativo e na falta de solidariedade.