O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) foi eleito há pouco presidente do Senado Federal para o biênio 2017/2018. Eunício teve 61 votos e venceu José Medeiros (PSD-MT), que conquistou o apoio de 10 senadores, outros dez votaram em branco. Eunício substitui o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que passará a ocupar a liderança do partido na Casa. O cargo era ocupado por Eunício.
A eleição confirmou o favoritismo do peemedebista e confere ao PMDB um domínio de 12 anos no comando da Casa. A sessão deveria ter começado às 16h, mas só teve início às 17h35 porque os líderes partidários fizeram longas reuniões para definir a ocupação dos demais cargos da Mesa Diretora, conforme a regra da proporcionalidade das legendas.
Na mesma sessão, foi feita a comunicação à Mesa dos novos líderes partidários. O PTB indicou Armando Monteiro Neto (PE) para a liderança, o PSD escolheu Omar Aziz (AM) e o PP, Benedito de Lira (AL). Ronaldo Caiado (GO) e Paulo Bauer (SC) foram reconduzidos à liderança do DEM e do PSDB, respectivamente.
Discurso de despedida
O Senador, e agora ex-presidente da Câmara dos Deputados, Renan Calheiros (PMDB/AL) fez um discurso logo após o anúncio do resultado da eleição que elegeu seu substituto no cargo, o Senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), para fazer um balanço de sua gestão.
Renan lembrou episódios polêmicos que teve com o Poder Judiciário, como quando foi afastado do cargo por decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio e, posteriormente, reconduzido. Também fez várias referências à Operação Lava Jato e disse que sofreu várias tentativas de intimidação dos membros do Congresso Nacional, mas que jamais seria presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional para deixar-se conduzir por medo ou temor.
“Os eleitos do sistema representativo não podem se transformar numa manada regida pela publicidade opressiva”, acrescentou, cobrando a quebra do sigilo da delação premiada de executivos da Odebrecht, homologadas esta semana pela presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia.
O Senador também lembrou que, em junho de 2013, “o Senado trabalhou com a multidão batendo à sua porta”, por causa das manifestações de rua espontâneas que se iniciaram naquele mês e ressaltou que, naquele período, os parlamentares buscaram aprovar medidas de combate à corrupção como a extensão da Lei da Ficha Limpa para servidores públicos e o fim da aposentadoria compulsória para juízes e membros do Ministério Público que cometem crimes de responsabilidade – projeto que não foi aprovado ainda pela Câmara.
No discurso, o Senador alagoano citou os principais projetos aprovados nos últimos dois anos e as medidas de austeridade adotadas na sua administração no Senado para reduzir os custos e aperfeiçoar os investimentos, além do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
*com Agência Brasil