O deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB) encaminhou uma emenda a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) que destina cerca de R$ 1 milhão para ações de incremento à Cultura de Alagoas. Mas nenhum projeto relacionado à Cultura vai ver a cor deste dinheiro.
Este é o segundo ano consecutivo que o parlamentar abre mão dos recursos da Verba de Gratificação por Dedicação Exclusiva (GDE) para beneficiar projetos importantes, mas a maioria dos deputados rejeitou a proposta de Cunha. Em 2016, Cunha queria destinar o valor para áreas da Educação e Esporte, mas sua proposta foi engavetada e o dinheiro nem ele sabe onde foi parar.
Dinheiro extra
O deputado entende que a Verba de Gratificação é um dinheiro legal (mas imoral) que todos os deputados tem direito, mas que deveria ser investido em benefício do contribuinte e que cada parlamentar também deveria prestar contas no Portal da Transparência, o que não ocorre. Todos os meses cerca de R$ 76 mil ficam disponíveis para cada deputado de Alagoas para ‘manter o gabinete’ funcionando.
“Um absurdo que um deputado tenha direito a estes recursos num Estado carente de tantas coisas”, reclama Cunha afirmando ainda que “se todos os parlamentares abrissem mão da gratificação, a economia na Casa Tavares Bastos seria de quase R$ 27 milhões por ano”.
Erro de estratégia
No ano passado, Cunha tentou remanejar esta gratificação para a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), para a secretaria de Estado de Esportes e para o Polo Tecnológico, mas a ALE também derrubou o projeto e a verba acabou parada nos cofres da Casa Legislativa. O pior e que o dinheiro nem vai pra onde Cunha quer e nem ao menos ele sabe qual seu destino.Mas fácil receber o dinheiro e doar pesoalmente onde bem entender. Ou não?
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