Dois momentos são muito especiais no mundo específico da política: O período pós-eleição e o final de ano. E quando esses dois momentos se cruzam na mesma época é um Deus nos acuda com especulações sobre formação da nova equipe dos prefeitos eleitos ou reeleitos e a suposta reforma na equipe do governo do Estado para se adequar aos derrotados e vitoriosos do pleito municipal. Isso tem ocorrido com Renan Filho e também com o reeleito Rui Palmeira, prefeito de Maceió.

Bom, mas o fato é que o todo poderoso secretário de Estado da Fazenda, George Santoro, -chamado por alguns de “o mago” por ter previsto o aprofundamento da crise e ter detonado para além das ‘alturas’ os valores dos impostos cobrados em Alagoas – parecer ter virado alvo de ataques.

Será que alguém está de olho no cargo? Será? Porém, a verdade é que por decisão de Santoro, e num momento de grave crise fiscal, é surpreendente Alagoas estar abrindo mão de arrecadar milhões de reais fundamentais para o seu caixa.

Vamos aos fatos: circula a informação que Santoro, depois de ter participado de uma reunião com representantes das grandes distribuidoras de combustíveis no Rio de Janeiro, em junho deste ano, extinguiu um benefício que alimentou a economia alagoana em cerca de R$ 150 milhões nos últimos dezoito meses.

É que Existia uma norma que incentivava o desembaraço em Alagoas de importações feitas em outros estados, ou seja, com o recolhimento de ICMS para os cofres públicos. Na prática, as embarcações que atracavam do Porto de Maceió tinham que pagar impostos. Mas, especula-se que Alagoas cedeu as pressões – o que é negado pelo secretário George Santoro - das grandes redes de combustíveis ao eliminar a possibilidade de tributar no próprio Estado a importação de insumos destinados às refinarias a caminho do Porto de Santos, em São Paulo.

Segundo George Santoro explica que, após a Sefaz ter montado um grupo de fiscalização para o setor de Petróleo e Gás, foi estabelecida uma interface com o fisco de outros estados que “identificou indícios de ilícitos na operação citada, o que culminou na execução de uma operação conjunta de fiscalização, resultando na adoção de diversos procedimentos fiscais e de alterações de normas tributárias”.

Ele diz ainda que “não se pode falar em perda de arrecadação, nem em estimativa de valores enquanto não forem concluídas as investigações que estão em curso, até porque parte dos créditos já foram constituídos e outros ainda poderão ser ao longo do procedimento de fiscalização”.

Portanto, cabe ao leitor concluir se a revelação dessa questão foi ou não intriga para desestabilizar o poderoso Santoro:

Leia abaixo nota na íntegra do secretário de Fazenda de Alagoas, George Santoro:

“Ao contrário do que está apontado, o Estado de Alagoas não abriu mão de receitas. Todas as decisões tomadas possuem como base deliberações técnicas da equipe de fiscalização.

Como foi amplamente divulgado na mídia em 2016, a Sefaz montou um grupo de fiscalização especial para o Setor de Petróleo e Gás, que obteve inúmeras ações de sucesso nesse ano.

Esse grupo estabeleceu interface com o Fisco de vários Estados da Federação ao longo do ano, inclusive com a realização de reuniões conjuntas.

Dessa forma, esse grupo do Fisco alagoano, junto aos de outros Estados das regiões Sul e Sudeste, identificou indícios de ilícitos na operação citada, o que culminou na execução de uma operação conjunta de fiscalização, resultando na adoção de diversos procedimentos fiscais e de alterações de normas tributárias. Cabe ressaltar que a operação de importação vinha ocorrendo normalmente até a identificação destes indícios.

Portanto, não se pode falar em perda de arrecadação, nem em estimativa de valores enquanto não forem concluídas as investigações que estão em curso, até porque parte dos créditos já foram constituídos e outros ainda poderão ser ao longo do procedimento de fiscalização.”