Conforme esta coluna já previa na publicação de ontem, o edital “emergencial” do Instituto de Tecnologia em Informática e Informação do Estado de Alagoas (Itec) para contratação de empresa para fornecer serviços de "fábrica de software"  onde inclusive os profissionais que desenvolveriam as atividades poderiam até trabalhar de outro estado não poderia repercutir bem.

Diante disso, nesta terça-feira, dia 8, a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia em Alagoas (Assespro) emitiu nota onde manifesta a insatisfação e questiona algumas exigências do referido edital.

Confira abaixo a nota na íntegra.

Face à forma como o Instituto de Tecnologia em Informática e Informação do Estado de Alagoas – ITEC publicou um edital para contratação de empresa para prestação de serviços  de “Fábrica de Software” (Processo nº    41506-000541/2016), a Associação das Empresas   Brasileiras de Tecnologia em Alagoas (ASSESPRO-AL) manifesta seu estranhamento e desaprovação em relação  ao prazo exíguo – de apenas sete dias após a publicação – para apresentação de proposta.

Apesar da suspensão  do recebimento das propostas que estava marcada para o dia         de amanhã (09/11),após impugnação    de uma interessada, a ASSESPRO-AL não entende a necessidade           de se contratar emergencialmente serviços  dessa magnitude.

Provavelmente Alagoas terá  o único órgão público do Brasil que "efetuou" um  contrato emergencial para contratação de uma "fábrica de software". Isso necessita de uma satisfação aos contribuintes e a     nós, profissionais alagoanos de TI.

A ASSESPRO, ao contrário, defende que contratações desse tipo  devam   ser precedidas de   discussões com as empresas   do setor, por meio inclusive   de audiências públicas, e que a licitação dê-se por meio de Tomada de Preços do tipo Técnica e Preços, pontuando o atendimento de demandas que o órgão realmente tenha necessidade e interesse.

A quantidade  de exigências  de plataformas e ambientes de desenvolvimento praticamente exclui a contratação de uma empresa   alagoana. Vale lembrar, ainda, que a exigência de que as empresas interessadas possuam experiência no desenvolvimento de sistemas por “pontos  de função” poderá inibir a contratação de profissionais  de TI locais,  caso a empresa vencedora da contratação emergencial não esteja sediada no Estado.

Observa-se que a metodologia desejada permite que o desenvolvedor esteja até fora do Brasil.

É esse o incentivo que o principal órgão de  TI de Alagoas dá ao mercado local? Já não basta o           controverso caso da Infovia: judicializado.

A ASSESPRO-AL desaprova a falta  de diálogo com o mercado alagoano  de Tecnologia da Informação. Estranhamos o distanciamento do principal órgão estadual   e TI com as empresas  locais,  formadas por  empreendedores que  ainda acreditam que uma parceria com o Estado possa ser um vetor de desenvolvimento para  esse segmento em nosso combalido   mercado.

Num momento em que várias “startups” locais e empresas  já consolidadas de tecnologia da Informação começam a ser reconhecidas nacional e internacionalmente e que empresas alagoanas ganham destaque no mercado regional e   brasileiro, impossibilitar  que empresas locais possam participar de um processo como este só  mostra  como  ainda não se enxerga o potencial empreendedor das empresas alagoanas.

Com 19 anos de atuação, a ASSESPRO-AL, ressalta seu compromisso com o mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação. Por meio de suas iniciativas de fomento ao setor, a Associação tem contribuído para garantir espaço no mercado a todas as empresas nacionais da área, viabilizando suas operações.