Com o objetivo de fazer uma reinterpretação social do machismo e racismo que são estruturais e sistêmicos, e se perpetuam a partir da falta de conhecimento, como também substanciar a discussão sobre a educação antirracista (leia-se Lei nº 10.639/03), o I Ciclo Pedagógico de Discussão sobre a Educação Antirracista fez sua estréia, na tarde da quinta-feira, 20/10, em São Paulo, no bairro da Mooca.
A Lei nº10. 639/03 torna “obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-brasileiras” nas escolas públicas e privadas dos ensinos fundamental e médio, garantindo aos estudantes brasileiros o direito a conhecimentos sobre a “História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional”
O I Ciclo, iniciativa do Instituto Raízes de Áfricas, contou com o apoio institucional do governo do estado de Alagoas, SEFAZ e SEPREV, Federação das Indústrias do Estado e Fundação Cultural Palmares.
A ação se deu no auditório da Escola Técnica Camargo Aranha , no bairro da Mooca, cidade de São Paulo, e reuniu cerca de 150 alun@s e o corpo docente instituição.
A palestra ministrada pela coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas, Arísia Barros,foi conduzida mais como um diálogo do que como uma exposição, estabelecendo assim uma proximidade maior com os jovens presentes. O público estudantil se manifestou, a partir da formulação de perguntas que giravam em torno de temas, como auto-estima, cotas, intolerância, racismo, dentre outras.
Para substanciar o debate o vídeo dos depoimentos Abayomi https://www.youtube.com/watch?v=iGF-m2Yj6aU&feature=youtu.be foi exibido para o público.
A diretora Márcia Dias considera que ação da palestra representa uma verdadeira aula de descobertas dos territórios negros e suas histórias.
O professor de História, da Escola Celso aproveitou a oportunidade para reafirmar a necessidade de aprofundar o exercício pedagógico sobre o racismo no ambiente escolar. Ele asseverou que é importante o desenvolvimento de ações que combatam o racismo, de uma forma contínua.
Segundo Lucas Rafael, representante da turma 3MC da Escola Técnica Camargo Aranha: “ A palestra em questão para os alunos da escola FOI de suma importância, pois, nos ajudou a entender melhor sobre a ideologia de gênero presente no Brasil e em especial sobre feminismo negro, a partir da fala da senhora, reconhecida ativista das questões raciais, aprendemos.."
Segundo o professor Celso, o I Ciclo Pedagógico de Discussão sobre a Educação Antirracista terá prosseguimento em 2017.
Participaram da ação o jornalista alagoano de Murici,AL, Cícero Gomes e a ativista alagoana da da juventude negra, Fernanda Monteiro.