O país passa por uma crise financeira que reflete em vários setores, como a saúde por exemplo. Em Alagoas, representantes de secretaria de saúde se reuniram na manhã desta segunda-feira (22) para discutir o momento e pedir soluções, principalmente ao governo estadual que não estaria repassando recursos e sobrecarregando as finanças locais.
A reunião organizada pelo Conselho de Secretarias de Saúde de Alagoas (Cosems-AL), serviu para mostrar a situação de urgência. “Falta medicamentos, cerca de 35 itens na Farmex, quase metade das ambulâncias do SAMU estão quebradas e estamos com um ano e meio com o novo governo e poderia estar melhor”, afirmou o presidente do conselho, Ubiratan Pedrosa.
Quando se refere ao problema no repasse de recursos da saúde, Ubiratan se refere à falta de dinheiro da Secretaria de Estado da Saúde, para programas como ProHosp, Promater, PróVida e Invig, além da possibilidade de extinção do PróSaúde e a descontinuidade da Sesau no fornecimento de fraldas geriátricas e tratamento fora de domicílio, interestadual.
O atraso nos repasses estaduais forçam os municípios a tirarem dos próprios recursos para manter a saúde em suas respectivas cidades, que gira em torno de 20 e 25%. Além de presidente do Cosems, Ubiratan Pedrosa é secretário de saúde de Arapiraca, que já precisou investir quantia acima do limite para manter os serviços de saúde.
“Todos sabem que os municípios precisam bancar entre 20% e 25% da saúde local, enquanto o restante fica entre o governo estadual, federal e convênios. Em Arapiraca, já chegamos a 33,9% com serviços de saúde, o que inviabiliza as finanças do município”, disse.
Durante o encontro, vários outros secretários participaram da discussão. A ideia agora é manter o diálogo e conseguir uma audiência com o governador Renan Filho para discutir o atual quadro.
Na última semana, o governador se pronunciou sobre alguns problemas pontuais da saúde. “Com relação a essas ambulâncias, o governo federal é quem compra e disponibiliza para os municípios, mas infelizmente o governo federal está literalmente quebrado e sem fazer nada. As UPA’s por exemplo, Município, Estado e Governo Federal, cada um tem a sua obrigação, mas nós estamos bancando a parte federal. Estamos pagando R$ 750 mil, enquanto deveríamos bancar apenas R$ 250 mil. Em conversa com o ministro da saúde, a ideia é que essa situação melhor depois do mês de outubro”, afirmou, justificando a atual crise.
*Colaboradora