Chico Nunes: O poeta improvisador orgulho de Palmeira dos Índios

15/08/2016 09:21 - Roberto Gonçalves
Por Roberto Gonçalves
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O escritor e ator Mário Lago conta em sua narrativa em seu livro “Chico Nunes das alagoas”, que certa noite o poeta curtiu um porre durante todo o dia e atravessou a noite. Madrugada alta e fria na Princesa do Sertão, o poeta continuava curtindo suas angustias no cabaré do Propício.

Quase ao amanhecer, virou-se para o dono do negócio e gritou como se intimasse, talvez quem sabe, querendo até uma briga pra descarregar. Não adianta cobrar, não, Propício. Tô mais liso que bunda de santo.

- Tá certo Chico, afinal tu não dar prejuízo. Quando começa a tirar verso a freguesia se assanha e faz mais despesa. Pode deixar a conta dependurada na corda do sino. Mas  sai depois que fazer um repente.

O trovador não se fez de rogado, que, em matéria de improvisar:

A minha vida tá sendo

Como cascão de lagoa

Ou como uma ferida grande

Na perna de uma pessoa,

Que quando já tá sarando

Vem um garrancho e magoa.      

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