A defesa do prefeito Celso Luiz falou à imprensa na manhã desta sexta-feira (29) comentando a operação da Polícia Federal (PF) e Ministério Público Estadual (MPE) que investiga suposto desvio de recursos federais da prefeitura de Canapi. A defesa do gestor criticou o mandado de condução coercitiva e negou que irregularidades ou desvios.

O advogado de Celso Luiz, Luiz Medeiros, disse à imprensa que a operação e o pedido de condução coercitiva foram recebidos com estranheza, já que segundo ele o prefeito sempre colaborou com investigações em sua gestão.

“O prefeito Celso Luiz tem a dizer que recebeu com muita surpresa que havia sido determinada uma condução coercitiva contra ele em razão da decisão proferida pelo TRF da 5ª região. A surpresa se deu pela motivação para essa condução. Só tivemos conhecimento hoje do inquérito”, afirmou.

Com relação às informações apresentadas pela Polícia Federal durante a coletiva, o advogado reagiu afirmando serem inverídicas. “Essas afirmações que foram vazadas pelo delegado da Polícia Federal são absolutamente falsas, elas são mentirosas. O prefeito Celso Luiz jamais se negou a colaborar com qualquer investigação. Ele não foi intimado nenhuma vez nesse inquérito”, disse.

Já o advogado do secretário municipal de assuntos estratégicos, João Luiz Fornazoni, disse que na época dos fatos Jorge Valença não era secretário e atuava no fornecimento dos carros pipas. Ele rebateu as acusações que a PF fez contra o secretário, afirmando que as informações não constam no inquérito.

“A gente se privou ao direito de não responder nada porque as provas contidas no inquérito policial não dariam um condão que houvesse uma situação dessas. Ainda não temos provas de qual é o envolvimento que a Polícia Federal está traçando. Ficamos pensativos em colocar na mídia e divulgar uma situação que pode não ter acontecido”, afirmou.

Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região. A operação foi denominada de Triângulo das Bermudas que faz uma alusão aos municípios de Canapi, Inhapi e Mata Grande, que formam um triângulo no mapa do Estado e sofrem influência do grupo político investigado.

Segundo apurado, dos mais de R$ 18 milhões pagos pela União ao Município no ano passado, a quantia aproximada de dez milhões foi inexplicavelmente transferida de contas bancárias da Prefeitura para contas de pessoas e empresas ligadas a gestores municipais.

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De acordo com o Ministério Público, existem indícios de fraude em licitações e aquisição ilegal de fraldas descartáveis compradas com verba do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Prefeito e secretários afastados

O Juiz de Mata Grande acatou o pedido do Ministério Público e determinou o afastamento imediato do prefeito de Canapi, Celso Luiz, e dos secretários envolvidos, bem como o bloqueio de bens dos citados.

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