Durante um balanço dos seis primeiros meses de sua gestão como presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB), Fernanda Marinela comentou sobre a atuação da Comissão de Direitos Humanos em sua gestão e destacou o trabalho cauteloso sobre as manifestações. O presidente da Comissão, o advogado Ricardo Moraes, falou ainda que o principal desafio é mudar a forma como a sociedade enxerga o trabalho.
Há dois meses como presidente da Comissão de Direitos Humanos, Ricardo disse ao CadaMinuto que este ano já foram 50 denúncias recebidas e que todas estão sendo acompanhadas. Ele apontou que muitas famílias ainda resistem a procurar a Comissão para buscar ajuda.
“Estamos atuando com cautela. Estou a dois meses na presidência da Comissão e queremos modificar a forma como a sociedade vê o trabalho da comissão, que não é de defender bandido. Defendemos a sociedade de forma geral. Temos nos colocado à disposição para atuar sempre que formos provocados, porém muitas famílias vítimas não nos procuram então esse trabalho acaba sendo mais difícil”, afirmou.
Moraes se mostrou preocupado com os casos envolvendo policiais e mortes em confronto, mas ponderou afirmando que a Comissão tem acompanhado todos os casos que chegam em suas mãos.
“Estamos acompanhando de perto os casos que envolvem agentes públicos, o que nos preocupa bastante, já que é deles a função de levar a segurança. Também oficializamos as autoridades sobre o caso do policial civil morto semana passada. Nossos últimos levantamentos sobre homicídios tem sido iguais aos dados oficiais do governo, o que antes não ocorria. Agora há uma contabilização de outros tipos de mortes, o que mostra que os dados estão de acordo”, concluiu.
Fernanda Marinela destacou que de forma geral as comissões da entidade só tem se manifestado quando são acionadas. Para a presidente da OAB Alagoas, é necessária cautela nas manifestações para não pessoalizar o discurso, já que em muitos casos a entidade acaba não tendo acesso ao processo, o que dificultaria manifestações e outras medidas.
“Sempre que nós somos provocados, todas as providências são tomadas. Então levamos todos os encaminhamentos ao Ministério Público, ao Judiciário, aos órgãos do Poder Executivo. Todas essas providências são tomadas. O que acontece algumas vezes é que somos acionados para manifestar sobre situações que nós não temos conhecimento do processo, que nós não temos acesso ao processo e a cautela que venho tomando é que nós não podemos julgar sem ter elementos. Isso é uma providência muito importante, enquanto advogados nós temos essa responsabilidade. Nós não podemos pré-julgar, não podemos tomar decisões sem termos elementos suficientes para isso. A Comissão de Direitos Humanos tem trabalhado muito, colhendo elementos, buscando informações, mas não puramente pré julgar. Isso não é uma advocacia justa, isso não é uma advocacia que nós queremos. Nós precisamos sim fazer de forma segura. Todas as manifestações de todas as nossas comissões sejam sempre equilibradas e como medida de justiça para não colocar ninguém em saia justa”, afirmou.