Ele puxou a carteira e mostrou a foto do filho:- Olha que coisa linda!
O filho tem 29 anos e "se monta". Ele conta que quando descobriu a sexualidade diferenciada para seus padrões, não titubeou apoiou o filho e garantiu que sempre ia ser seu pai. Diz, ainda, que a esposa resistiu, tentando colocar obstáculos, mas, depois de longas e diárias conversas sensibilizou a mulher, afirmando que "filho é filho seja como for."
Um dia “seu menino” avisou que iria morar sozinho, queria privacidade.O pai assentiu, sem antes deixar de garantir que a casa paterna sempre estaria de portas abertas. .
"Tenho o maior amor pelo meu filho, afirma com lágrimas nos olhos. É sangue do meu sangue. Nos falamos todos os dias pela manhã. Me chama de painho. Não tenho problema com isso. O que quero é que meu filho esteja bem e que saiba que a família o ama se preocupa com ele.
Tenho a maior preocupação contra essa onda de violência contra gays.
Tenho medo por ele. Muito medo.
Na época do aniversário do meu filho, ofereci-lhe o espaço ( maior do que o apartamento dele) para que fizesse a festa e convidasse seus amigos, já que eu e minha esposa iríamos viajar
Ele nos visita muito, estamos sempre juntos. Tem dias que ele me liga e diz: Painho, vem buscar minha roupa suja, estou com preguiça de lavar. Aí pego o carro e vou, trago aqui para casa, ponho na máquina e depois levo a roupa limpa e passada.
A gente não ama a sexualidade dos filhos. A gente ama os filhos -simplesmente. Meus filhos são meus maiores tesouros. Todos os dois."
Me encheu de prazer conhecer esse pai que tira o amor da teoria e põe em prática. É motorista da Secretaria de Estado da Saúde em Alagoas.