Dono de um blog que leva o seu nome, o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho já foi candidato a presidente, em 2002, e também exerceu o mandato de deputado federal.

Atualmente, mesmo sem mandato, comanda a prefeitura de Campos através de sua mulher e tem uma filha exercendo o cargo de deputada federal. Ou seja, permanece totalmente no meio político. Por isso mesmo tem excelentes informações do que ocorre no mundo político, no qual faz revelações e análises em seu blog.

A última é reveladora e impressionante. Diz Garotinho que um deputado federal do PR, que é amigo íntimo de Eduardo Cunha, lhe contou que o presidente afastado tem feito ameaças claras a Michel Temer e a outros importantes nomes do PMDB.

Cunha desconfia que esteja sendo traído pelo vice-presidente. "Não sou bobo. Tem gente que manda matar e depois vai chorar no velório ao lado da viúva. Se estão pensando que vou aceitar solidariedade sem uma solução concreta estão enganados", teria dito o presidente afastado.

O fato é que Michel Temer sequer assumiu o comando do país e já há grandes dificuldades. Há imensa insatisfação não só no meio político quanto à divisão do poder, mas também decepção no meio empresarial com a formação de um governo de ‘notáveis’ envolvidos com a lava Jato.

Bom, mas esse é um tema para outra postagem.

Leia abaixo texto publicado pelo ex-governador:

Por Anthony Garotinho em seu Blog 

Ontem conversei por telefone com um deputado federal do PR amigo íntimo de Eduardo Cunha. Ele tinha estado com Cunha minutos antes em sua residência oficial. Fez algumas afirmações que são de arrepiar os cabelos. Talvez não seja próprio revelar todas, mas uma, com certeza, já deve ter chegado a Michel Temer. Eduardo Cunha disse em alto e bom som a seguinte frase: "Se eu for abandonado não vou sozinho para o sacrifício. É bom que alguém diga a Michel (Temer) e a (Romero) Jucá que eu posso ser o início do fim de um governo que nem começou". O amigo de Cunha me revelou que nunca tinha visto Eduardo no estado que o encontrou nessa visita. Cunha estava abatido, ansioso e com espírito de vingança.

Em um certo momento da conversa ele deixou transparecer que, na sua opinião, o Supremo não tomaria a decisão que tomou sem uma sondagem prévia ao presidente do Senado, Renan Calheiros e ao próprio Michel Temer. Cunha desconfia de traição embora Temer tenha sido um dos primeiros a ligar para ele assim que o ministro Teori Zavascki concedeu a liminar para suspender o mandato e afastá-lo da presidência da Câmara. Uma das afirmações que chamou a atenção do deputado do PR amigo de Eduardo Cunha foi a seguinte: "Não sou bobo. Tem gente que manda matar e depois vai chorar no velório ao lado da viúva. Se estão pensando que vou aceitar solidariedade sem uma solução concreta estão enganados". Disse também que sabia que uma parte da assessoria próxima de Michel, referindo-se a Moreira Franco, estava dando graças a Deus pela sua situação. Demonstrou ainda grande irritação com Leonardo Picciani, que resistiu, segundo informações que chegaram a ele, a assinar uma nota de solidariedade pelo momento que estava vivendo. Eduardo também reafirmava que não renunciaria chegando a dizer que seu substituto, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) é uma espécie de Severino Cavacanti (ex-presidente da Câmara) melhorado e que não duraria nem 15 dias no cargo.

Foram feitas outras afirmações que prefiro não revelar porque, afinal de contas, são quase que uma chantagem a ministros do STF a quem Eduardo Cunha afirma categoricamente que lhe devem muitos favores.

Como a fonte é altamente confiável é bom Michel Temer se preparar para dias nervosos, afinal Eduardo Cunha como amigo é um perigo, e como inimigo é mais perigoso ainda. Imaginem na situação de ex-amigo. Eu não sei porque sou casado com Rosinha há 34 anos e nunca tive outra esposa. Mas dizem que os piores estragos que podem ser feitos na vida de um homem são por ex-mulheres e ex-amigos.