Nesses tempos estranhos em que um presidente da República pode ser afastado sem ter cometido crime de responsabilidade, até um dos principais lobistas envovido da cabeça aos pés nos casos de corrupção na Petrobras, e também delator da Operação Lava Jato, Julio Camargo está estupefato com o processo.
Na primeira entrevista a um veículo de comunicação – Carta Capital – ele disse que é surreal o impeachment ser conduzido pelo presidente Eduardo Cunha. “Se a gente quer de fato mudar este País, o Cunha precisa ser extirpado do cenário", afirmou.
Para Julio Camargo, o presidente da Câmara debocha da sociedade e tem a cumplicidade do Judiciário. "Acho um desacato ao povo brasileiro. Entendo e respeito os ditames do Judiciário. O que me espanta é a morosidade. São muitos fatos concretos sem nenhuma ação da Justiça a respeito", acusou.
Já sobre Michel Temer, que pode ser presidente, o lobista ironizou: "Quem será o novo presidente? O 'grande jurista' e vice-presidente Michel Temer tem seu nome vinculado à Lava Jato. Se o Eduardo Cunha se tornar o presidente, seria o fim da nação. Tenho 64 anos e já fui convidado para morar fora do País. Nunca pensei, mas se o Cunha assumir o governo, não haveria alternativa."
Julio Camargo também disse que o senador Aécio Neves (PSD-MG) também está, assim como Michel Temer, sob suspeição e que jamais votaria no Aécio.
Quanto ao ex-presidente Lula, embora o considere o maior presidente da história e ache que ele é vítima do processo eleitoral e do sistema político, não considera Lula apto a voltar à Presidência da República.
Leia a entrevista completa aqui e tire as suas conclusões: http://www.cartacapital.com.br/blogs/direto-de-sao-paulo/em-primeira-entrevista-delator-de-cunha-fala-sobre-impeachment-etemer