Impeachment! Pela segunda vez o país se depara – em sua jovem democracia – com esta palavra. É preciso resgatar um pouco da história do nosso país. Desde a queda do império de D. Pedro II – como mostra o cientista político Bruno Garschagen - o Brasil foi sendo tangido por uma elite intervencionista, patrimonialista que confundia o público com o privado; interesses próprios com interesses da nação. Logo, a República, que deveria significar coisa pública, até aqui foi sinônimo de reduto dos apadrinhados. Os empresários campeões nacionais viraram subservientes em troca de migalhas em projetos megalômanos de poder e manutenção de poder. O que representou os últimos 13 anos de república petista? Não apenas o “mais do mesmo”, mas a institucionalização da corrupção material, com o desmantelamento das estatais, e a corrupção mais venal de mentes e almas, por meio de um discurso ideológico jurássico utilizado como franja dos que tinham fome de dinheiro, prestígio e poder.
O governo do PT representa – portanto – o ápice deste intervencionismo estatal que relega à população as migalhas, para dar a impressão de um combate à pobreza. Mas, é um pseudo-combate para fortalecer um populista. Uma fórmula adotada pelas republiquetas, como é o caso da Venezuela e, em maior grau, de Cuba. Como se não bastasse isto, o PT ainda usou o Brasil como “cofre” – como mostra a CPI do BNDES – para sustentar estes protótipos de ditaduras estrangeiras afrontando a soberania nacional. Enquanto o PT fazia isto, os políticos – comprados e cegos, como mostram os mensalões da vida – fechavam os olhos para o nefasto Foro de São Paulo, para a hegemonia cultural promovida pela mais jurássica esquerda brasileira e, no ambiente interno, para um cenário cada vez mais hostil ao empreendimento. O resultado não poderia ser outro. Com a matriz econômica sendo mudada em 2008, veio o óbvio: não existe almoço grátis. A conta chegou. Estourou no colo da presidente Dilma Rousseff (PT). Mas, não se pode esquecer que a semente foi plantada por Lula e os diversos “Zés Dirceus”. Neste meio do caminho, muitos esqueletos no armário, como Celso Daniel.
Então, apesar de já termos passado por um impeachment – o de Fernando Collor de Mello– este é outro momento. O impeachment de agora não é o ponto final na reconstrução nacional. Se Dilma cair, ou se Dilma ficar, a nação – pelo menos a maioria dos brasileiros que querem um país de valores sólidos para o futuro – tem que saber que há uma batalha no campo das ideias a ser travada. Não podemos abrir mão dela independente da mortadela que seja ofertada. É a luta por um país que nos presenteie com maior liberdade econômica, para que surjam empreendimentos e segurança jurídica, melhorando o ambiente de negócios e gerando empregos. É a luta por um país em que as escolas não sirvam de ambiente para doutrinação ideológica de qualquer espécie. É a luta por um país em que os valores democráticos não sejam demonizados, havendo espaços para esquerda e direita e demais linhas de pensamento. Para que ladrões dos bens públicos tenham como destino a cadeia, independente de vermelhos, azuis, ou quaisquer que sejam as cores. É a lutar por um país sem fã clube de bandidos pagos com tetas estatais.
Mais do que gritar “Fora Dilma” a hora é de gritar “O Brasil é nosso”. Ele não pertence a tucanos, ele não pertence a petistas, ele não pertence a pequenos grupos que se revezam no poder desde sempre para se locupletarem. Ele pertence aos verdadeiros guerreiros do povo brasileiro: os homens simples que sabem o que é ganhar a vida com o suor do próprio rosto. O Brasil é deles e, portanto, nosso! Que os políticos aprendam a lição: o Estado existe para servir e os funcionários aqui são vocês, políticos. Trabalhem direito, é o que cobram os seus patrões. E baixem a bola e os seus salários, pois já pagamos benesses demais para quem vive a esconder a cabeça feito avestruz em momentos de crise.
Este editorial redigido pelo jornalista Luis Vilar, coordenador editorial do Grupo CadaMinuto, está publicado na edição 126 do jornal CadaMinuto Press, que chegou às bancas nesta sexta-feira (15). Confira os destaques: