O impeachment está posto à mesa na Câmara dos Deputados.
De hoje até domingo, os parlamentares vão ouvir em plenário os autores do pedido de impeachment da presidente Dilma, a defesa dela, discutirão argumentos e votarão sim ou não, pela abertura do processo de afastamento da petista no Senado Federal.
Levantamento do Estadão diz que as intenções de votos apontam hoje 343 votos a favor do impeachment, 128 contra, 15 indecisos e 27 não responderam ao portal de notícias do jornal Estado de São Paulo. Entre os indecisos, continuam os nomes dos alagoanos Marx Beltrão (PMDB) e Ronaldo Lessa (PDT), embora o partido de Lessa tenha fechado questão para votar integralmente com a base governista. Se Ronaldo Lessa não seguirá o PDT, é outra história.
Caso o processo chegue ao Senado, o Estadão aponta que o placar por lá, por ora, seria de 43 votos a favor, 18 contra, 9 indecisos e 11 não responderam.
Dos três senadores alagoanos, até agora, apenas Benedito de Lira (PP) promete acompanhar o voto do governo contra o impeachment de Dilma.
O Palácio do Planalto vive dias de agonia, sabendo que se a Câmara Federal aprovar o impeachment, o Senado certamente não confrontará essa posição. Vai caber ao PT e à Dilma levarem essa briga para o Judiciário, já que na sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal (STF), quando os ministros sepultaram as tentativas do governo em suspender a votação de domingo, ficou-se entendido que aquela Corte pode analisar eventual questionamento sobre o caso.
Ou seja, perdendo no voto, Dilma poderá recorrer ao Supremo.
De toda sorte, rei posto, rei morto.
Um governante ser afastado e voltar ao cargo por decisão judicial é uma coisa, outra é voltar após sofrer impeachment. De todo modo, não há hoje uma previsão lógica para quaisquer situações no cenário da crise política nacional.
É aguardar.
E rezar pelo Brasil.