Dona Cicera é  mulher forte, corajosa e guerreira, e  é  a mãe da Mary Alves, estudante de Serviço Social, do Centro Universitário Tiradentes-UNIT.

E no dia da Mulher a Mary Alves  fala sobre a mãe:

Aos 6 anos se viu sozinha no mundo, sem pai, sem mãe. Viveu em algumas casas que a exploravam em troca de  um prato de comida.Aos 13 anos começou os trabalhos na cana de açúcar onde trabalhou por muito tempo para sobreviver.

E sobrevive até hoje!

Anos de trabalho escravo nas casas de família (empregada doméstica).Anos sendo humilhada, anos sofrendo várias opressões em silêncio. 
Hoje, aos 51 anos, não sabe ler nem escrever. Aliás, só o nome porque Fui eu,a  filha quem ensinou.   

Tem um semblante triste ainda que esteja sorrindo.

Sua vida  talhada de sofrimento, de luta, de humilhação, de batalha, a fez uma pessoa que acredita que o melhor ainda há de vir, mas sente todos os dias o amargo da vida, e isso lhe pesa. Isso lhe cansa.Ainda que os pesos de ser pessoa nos faça brigar, as vezes, é com ela que eu aprendo.  Acada dia nas lutas diárias ela me vem como reflexo.Reflexo de quem lutou, de quem luta, e não desiste.

NÃO DESISTE!

Sempre caminha com determinação, até hoje. A luta para esta mulher não para, é contínua.

 Eu luto na universidade. Ela luta com uma bacia de amendoim na cabeça pra eu  possa me manter dentro da Universidade. Eu luto com poemas. Ela luta com as palavras na TV, ônibus, Supermercado, com a esperança de um dia decifrar uma frase. Eu luto com medo. Ela luta com ousadia e coragem. Eu ando ao lado dos brancos, ela se humilha á eles pra eles comprarem sua mercadoria. Eu reclamo da vida, ela agradece todos os dias pela vida que tem. Eu muitas vezes nego seu valor, ela escancara pra todos o quão sente orgulho do que sou.

Somos vidas, vidas que são vidas quando percebem que podemos AMANHECER aqui, neste mundo tão pesado, dia após dia.

Minha mãe, mulher negra, guerreira, eu vou lutar por ti. Aliás, se eu te conheço você me pediria pra lutar por nós.E é isso, lutarei por nós.

O dia 8 de Março não é dia de flores. É dia de resistência e luta contra todos os tipos de opressão, racismo, machismo, que sofremos TODOS OS DIAS. 

Na luta de classes, todas as armas são válidas: Pedras, noites e poemas.
Força sempre, Mãe preta!

 Fonte: https://www.facebook.com/mariana.alves.16906?fref=ts