Sob o sol escaldante da tarde de domingo, 13/12,  saio da Rua Riachuelo em direção a Cinelândia,para chegar  precisamente na  Rua Alcindo Guanabara. Percorro a pé, os caminhos que me levam ao III Ano do Sarau Divergente, organizado pelo Mano Teko.

No Rio de Janeiro!

O Sarau  de pret@s das favelas, morros e vielas, domina a calçada de um dos metros quadrados mais  caros do Rio de Janeiro: Cinelândia.

Ocupação!  

Lá encontrei alguns e outr@s militantes , como Zilda Chaves, do Complexo do Alemão, amiga faceboocana e foi Zilda quem me apresentou à  Aline Nunes, e essa apresentação causou, em Aline  uma chuva de palavras, afetos e abraços elásticos com cheiro de irmandade.

Emocionada me disse: “Irmã, é um momento histórico te conhecer. Eu curto tudo que você posta no facebook. É uma honra, irmã. É uma honra!”

Fiquei encantada com a receptividade da moça  e a tônica dessa subjetividade entre pretas e que encontrou sua frequência máxima no Sarau, do Mano Teko.

Impressionante  como a linguagem  das redes sociais conseguem se conectar com algo vital: a experiência de estar no mundo e  desenhar , reinterpretando os caminhosdo encontro entre pessoas,  das  muitas conversas em preto e branco , de lutas e resiliências.

 Gestora de projetos, Aline Nunes é uma preta  empreendedora.                                                                     Elaborou e criou o Projeto de Acolhimento Social para Mulheres, tendo como base técnicas da Medicina alternativa/Naturilogia e no Sarau lá estava ela com a  sósia em uma tenda montada, realizando massagens.

Massagens delicadamente fortes que produzem cores n’alma- me falou uma moça-paciente.

Polivalente, Aline, além de ter o título de enfermeira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, também exerce a coordenação do Projeto Social Mulheres com Ação e Reação.

Re-conhecer essa moça preta, antes do caráter político do ativismo, me permitiu vivenciar gestos, afetos, palavras, silêncios e a certeza do pertencimento.

Sim, somos mulheres pretas ultrapassando expectativas e mórbidas probabilidades.

Sim,  nós estamos em ação nos cantos e recantos do país, sendo espelho.

Espalhando-se!

Espelhando-se!

Foi um prazer, inenarrável, te (re)conhecer Aline Nunes.

Ubuntu!