Filiado ao PSDB desde 1992, o cientista político Eduardo Magalhães lembrou, recentemente, algo que parece esquecido na era da polarização: até pouco tempo, seu partido e o PT partilhavam dos mesmos ideais ou, nas palavras dele, “tomavam água na mesma fonte”.
Por meio da assessoria de Comunicação da sigla, Magalhães repercutiu trechos de sua fala durante um evento que reuniu juventude tucana na semana passada, em Maceió, onde destacou que “o PSDB é ferramenta fundamental no enfrentamento da crise”, comparada por ele ao período de 1964.
Apesar de estar vivendo uma “amargura imensa como cidadão brasileiro”, Magalhães disse que, diferente do que ocorreu há 50 anos, hoje a situação é outra, onde existem alternativas e um ambiente propício para o surgimento de novas lideranças e ideias revolucionárias.
Quando o cientista político relembrou a história da Social Democracia e falou das semelhanças entre ela o Partido dos Trabalhadores, alfinetou que, nos últimos 13, 14 anos, surgiu uma “pequena diferença” entre ambos: “o compromisso com a decência e a dignidade”.
Segundo ele, o PT se afastou desses ideais para “produzir esse tipo de governo que envergonha a todos os brasileiros, que vivem em uma situação de medo de um futuro que não se pode mais controlar”.
No pleito passado, Magalhães chegou a ser candidato ao Senado, mas deixou a disputa pouco depois da renúncia – que precipitou uma debandada no ninho tucano - do cabeça de chapa, Eduardo Tavares.