A Constituição brasileira diz que tod@s são iguais perante a lei, no entanto, a prática afirma que algumas pessoas são mais iguais que outras.
Como mostram diversas pesquisas e indicadores sociais à violação dos direitos atinge particularmente a população negra, pobre e periférica, como também a população indígena.
O rotineiro genocídio dos jovens pretos interrompe bruscamente e vorazmente vidas, possibilidades de futuro. O risco de um jovem negro ser assassinado no Brasil tem aumentado e supera em 2,5 vezes a possibilidade de um jovem branco ser vítima de homicídio.
Os homicídios mostram-se como a grande tragédia da população jovem preta hoje no Brasil"
Por que matamos tanto jovens pret@s no Brasil?
A taxa de mulheres pretas vítimas de homicídios no País é mais que o dobro da de mulheres brancas. Para cada 100 mil habitantes, o número é de 7,2 e 3,2 respectivamente.
Para as jovens pretas, a taxa de mortes violentas é de 11,5 por 100 mil habitantes, enquanto para as jovens brancas é de 4,6.
Mulheres pretas tem suas vidas, corpos negligenciados pela indiferença do estado brasileiro.
É feito uma hemorrágica naturalização da indiferença social.
Crianças pretas das favelas, becos e vielas, como “oponentes” fragilíssimos, tem seus destinos esmagados, sujeitos aos códigos bélicos e armas de guerra do Estado Etnicista.
Nossos corpos pretos estão mais expostos as balas, doenças e mortes que brancos.
E nos tratamentos da saúde ocupamos os abismos da estratificação social.
Inúmeros relatos apontam que mulheres pretas são humilhadas durante o parto na rede pública.
A paciente conta: " Fui censurada pelo médico que fazia o meu parto- diz a moça. Quanto mais eu gritava ele falava com desprezo: “Na hora de abrir as pernas para fazer, você não reclamou, né?”
Cerca de 60% da mortalidade materna ocorre entre mulheres negras, contra 34% da mortalidade entre mães brancas.
O racismo constrói leis, regras e mecanismos para consolidar o projeto político da exclusão dos ditos diferentes.
O racismo contemporâneo insidioso e reinventado cria um hiato perigoso no país. Amordaça nossos corpos, mói nossos sonhos e oficializa a violência do colonizador estado brasileiro que apoiado na relação dominador –dominado mata o povo preto todos os dias, o dia todo.
Para o povo preto todo dia é dia de finados.