A afirmação foi de Rafaela Araújo Rodrigues, chefe de gabinete da Secretaria Nacional da Juventude, ligada a presidência da República, em reunião acontecida dia 28 de agosto, na sede da Secretaria, em Brasília.

Durante  o encontro, que reuniu representações do movimento negro, indígena e juventude negra de Alagoas e Brasília,  Rafaela apresentou a nova feição do Plano Juventude Viva, que nessa nova versão será incorporado ao Pacto Nacional Contra a Redução de Homicídios e agregará 44 territórios que concentram 70% da violência no Brasil.

Indagada sobre a atuação do Plano, em Alagoas, estado piloto da proposta( e nos municípios de Maceió, Marechal Deodoro, Rio Largo, União dos Palmares, Arapiraca)  no período de 2012 a 2014, Rafaela diz que após análise afirma desconhecer quais foram às ações executadas, acrescentando que o Plano Juventude Viva não existiu, enquanto resultados sociais.

A gente não conseguiu descobrir se houve ações concretas, era tudo muito confuso, sem foco, sem planejamento”-acrescenta.

Aproveitando o ensejo Fernanda Monteiro, do Grupo Juventude Independente de Alagoas, abriu o diálogo em relação a  realização das Conferências para Juventude, que em Alagoas  não tem avançado  no debate com as diversas juventudes, como também no estímulo do protagonismo juvenil.

Rafaela reiterou que é urgente que  os espaços institucionais busquem estabelecer uma política para a juventude, a partir de fatores objetivos e subjetivos específicos desse segmento, além  da ação politico partidária. E que essa conferência busca ser ampla na escuta da diversidade.

Os partidos políticos estão atrasados no diálogo com a juventude. Estão desacreditados e estigmatizados na sociedade- afirmou.

Arísia Barros, do Instituto Raízes de Áfricas destacou a missão- não exercitada- das Secretarias da Juventude de, a partir dos diálogos sociais, estimular  condições efetivas para o exercício da experiência do ser jovem, como também, de ações que contemplem e problematizem a juventude negra e indígena.

Uma das nossas maiores inquietações -disse Rafaela- é que em alguns estados as  Secretarias da Juventude, estejam ligadas a Esporte e Lazer. São ações, objetivos que não se coadunam.

Junior Xukuru Do Ororubá. da Comunidade Xucuru em Pesqueira, Pernambuco falou da mobilização/realização de uma Conferência nas  aldeias indígenas.

Após duas horas de conversas a reunião foi encerrada.

Participaram ainda, Lucélia Aguiar, Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Direitos Humanos-DF, Arianne Barros (Instituto Raízes de Áfricas e Lainne Silva, estudante de Ciências Sociais da UFAL.