Com uma câmera escondida, o Jornal Nacional exibido nesse sábado (25) apresentou, mais uma vez, o caos na rede de saúde alagoana ao apresentar as consequências da migração de pacientes do interior de Alagoas para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. Sem o atendimento básico em suas cidades, muitos pacientes recorrem ao HGE, o que agrava o quadro de superlotação no maior hospital de urgência e emergência do estado.
Na reportagem, são flagrados pacientes nos corredores do hospital, mosquitos nos doentes - inclusive nas salas destinadas a casos graves, e em muitas situações, a improvisação no atendimento. Um dos pacientes é mostrado com uma seringa na boca em substituição a um equipamento que está em falta.
Apesar da superlotação no hospital, a movimentação de ambulâncias vindas do interior é intensa. Isto porque pacientes com casos simples, que poderiam ser tratados em ambulatórios, são levados a emergência em Maceió. Segundo eles, o atendimento básico de saúde em algumas cidades não existe.
Josilda está entre os que recorreram ao atendimento médico para o filho na capital. A doença? Tratar uma inflamação no dente. Segundo Josilda, ela não conseguiu atendimento, sendo necessário percorrer, aproximadamente 69 quilômetros de onde mora para Maceió. Em Porto Calvo, outra paciente se queixa da falta de médico.
A titular da Secretaria de Saúde de Alagoas,Rosângela Wyszomirska, informou que serão construídos três hospitais, mas admitiu que ainda haverá uma carência de mais de 1000 leitos no estado de Alagoas.
“Se o nosso governo conseguir realizar essas construções e essa ampliação, e nós conseguirmos ampliar essa negociação de leitos, nós ainda vamos ficar com uma carência de mais de mil leitos no estado de Alagoas”, diz Rosângela Wyszomirska.
A direção do hospital de Porto Calvo negou a falta de médicos e explicou que, naquele momento, o paciente ficou sem atendimento porque a médica plantonista saiu sem esperar que a rendição dela chegasse.