A Secretária Municipal de Saúde (SMS) sediou mais uma reunião do Colegiado de Maternidades de Maceió, no auditório da sede do órgão, na tarde desta quarta-feira (25), onde foram discutidos o encaminhamento de gestantes de alto risco atendidas pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), questões relativas a recursos humanos e também em três regionais do Estado, além dos incentivos para as maternidades que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e ainda não recebem.

Ficou estabelecido que em casos de gestante de alto risco, depois do Complexo Regulador de Maceió (Cora) gerar a senha para a paciente, o Samu poderá levá-la às unidades que atendem essa demanda – Hospital Universitário (HU) e Santa Mônica (esta fechada provisoriamente) – sem precisar comunicar. No caso de chegar às maternidades e ambas estarem superlotadas, o Samu deve encaminhar a grávida para unidades particulares.

O professor e médico pediatra Cláudio Soriano, da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), falou sobre a pouca procura e encaminhamento de gestantes, inclusive as de alto risco, para as Santas Casas dos municípios de Palmeira dos Índios – que dispõe de 10 leitos (sendo oito de UTI neonatal), e a de São Miguel dos Campos, que dispõe de seis Unidades de Cuidados Intensivos (UCIs) neonatais e oito unidades de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatais, sendo cinco delas cadastradas ao SUS. Segundo Soriano, essas unidades onde ele presta consultoria atendem a alto risco, têm sempre obstetra de plantão e UTI adulto também.

A representante da Santa Mônica ressaltou que a previsão é de reabrir em 40 dias com trinta leitos. A representante do Hospital do Açúcar, disse que a unidade não tem como fazer triagem de gestantes, e passou a responsabilidade para as secretarias estadual e municipal.

A secretária municipal de Saúde, Sylvana Medeiros ressaltou que os 2º, 3º e 4º região estão com problemas de recursos humanos e frisou que é necessário a Sesau para locação de pessoal (médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e outros), de modo que os hospitais existentes nos municípios que envolvem essas regiões possam funcionar.

Ela relembrou a reunião que aconteceu essa semana na sede do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), onde ficou oficializado pelo Consems, Sesau, SMS, Cremal e Ministério da Saúde que as unidades que ainda não recebem os incentivos das três esferas, estadual municipal e federal, precisam ser regularizadas. Sylvana também destacou a necessidade de reduzir em 30% os valores dos serviços de saúde, exceto os de obstetrícia e oncologia.

A representante do HU disse estar com um grande problema a resolver. Segundo ela, a unidade tem 24 profissionais que são funcionários efetivo do estado, que estão para sair, conforme exigência da Sesau. “Não sei como funcionaremos sem esse pessoal”, ressaltou.

Suzângela Dória, coordenadora da Saúde da Mulher e da Rede Cegonha da SMS, disse que todas as unidades médicas de Maceió já passaram por situação de superlotação, e que o problema tem de ser enxergado além do HU.

Representantes de todas as maternidades e hospitais conveniados ao SUS estiveram presentes ao encontro do Colegiado, além de representantes do Samu, Cora, Sesau e SMS.