Sete consultas. Essa é a média de atendimentos previstos durante o período de pré-natal para gestantes. É através da realização de exames que a mulher pode cuidar de sua saúde e do bem-estar do bebê, evitando diversas doenças e complicações que podem trazer inclusive o parto prematuro e o aborto.

Mesmo sendo um prova de cuidado e amor, um levantamento da Diretoria de Informação e Análise da Situação de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) mostra que dos 48.611 bebês nascidos vivos no ano de 2014 na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), 1.781 são filhos de mulheres que não foram submetidas às consultas de pré-natal.

Normalmente as consultas acontecem mensalmente, e a semana depende muito de qual o momento em que você descobriu a gravidez e foi ao médico pela primeira vez. No entanto, algumas mulheres, principalmente jovens de até 24 anos, estão deixando de realizar esse procedimento em Alagoas.

Esse dado é possível com análise das idades dessas mães. Do total de bebês nascidos vivos de mães que não fizeram o pré-natal, essas mulheres jovens de até 24 anos contabilizam 52,8% dos casos. Enquanto 26,0% dos casos ocorrem entre adolescentes 10 a 19 anos, com maior frequência entre garotas de 15 a 19 anos, concentrando 90,9% de tais casos. Veja a tabela completa no gráfico ao lado.

A gerente de Assistência à Saúde Mulher da Sesau, Fernanda Santos, afirma que o número de mulheres sem o pré-natal é significante no estado, mesmo com ações desenvolvidas para esclarecer sobre o procedimento e sua importância. Um desses programas é a Rede Cegonha voltado para dá uma assistência à gestante e a criança, até os 02 anos.

O monitoramento e a avaliação dos partos feitos na rede pública possibilitou a coleta desses dados. “A rede cegonha vem proporcionar todo o apoio a um plano de ação para mulher e criança, que possa garantir uma pré-natal de qualidade, um parto humanizado e seguro, e um desenvolvimento infantil saudável. Então, entre esses indicadores de saúde, está o sete ou mais consultas durante o pré-natal”, esclareceu Fernanda.

É através do registro de bebês nascidos vivos que todos esses dados são contabilizados. Um profissional da unidade é responsável pelo preenchimento dos dados.  Fernanda coloca que o período mais seguro para que mulher possa iniciar o pré-natal são dozes semanas, ou seja, com três meses de gestação.

“Se a mulher conhece seu corpo e sabe que aquele atraso menstrual pode ser uma gravidez, ela procura o posto de saúde, faz o teste rápido de gravidez e automaticamente inicia o pré-natal. Se ela tiver essa atitude pessoal de se cuidar facilmente realizar as sete consultas. Mas se a mulher não conhece seu corpo e o atraso menstrual faz parte da vida dela, ela só vai poder identificar essa gravidez a partir do momento em que ela apresente outros sintomas”, afirmou a gerente.

Três municípios concentram número de casos

Todos os 102 municípios alagoanos são responsáveis por disponibilizar equipes médicas para realizar o pré-natal nas gestantes. Segundo Fernanda, nas cidades o primeiro atendimento pode ser feito pelas equipes do Programa da Saúde da Família (PSF), que está próximo de 100% de cobertura nos municípios.

No relatório da Sesau, três municípios concentram o número de casos. A Arapiraca teve 757 casos, enquanto Maceió registrou 454 e Penedo 193. “Verifica-se ainda que apenas quatro hospitais respondem por 81,0% dos casos: Casa de Saúde e Maternidade N. Sra. de Fátima (541; 38,5%) e Hospital Regional de Arapiraca (159; 11,3%), em Arapiraca; Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes (244; 17,4%), em Maceió; e Santa Casa de Misericórdia de Penedo (193; 13,7%), em Penedo”, pontou o relatório.

Já as cidades de Jacuípe e Porto de Pedras aparecem com dado positivo por inexistir partos de mulheres que sem a realização do pré-natal.

“Nosso principal propósito é divulgar a importância da realização dos exames, consultas. A informação é fundamental para a pessoal perca o medo do desconhecido. A mulher não precisa ter medo de está grávida, precisa se cuidar, ter uma boa alimentação, cuidados médicos, atividade física para que ela possa vivenciar esse momento tão importante de forma segura”, colocou Fernanda.