O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) é uma daquelas figuras do meio político brasileiro que levam o parlamento para a lama. Intolerante, desrespeitoso e agressivo não tolera o direito ao contraditório, ao pensamento divergente e a opinião, inclusive dos seus pares.

Ainda bem que vivemos numa democracia, que ele claramente desgosta. Sequer dá importância ao decoro e à boa relação com os demais parlamentares. Finalmente a panela ferveu e transbordou e ele pode ser cassado.

PT, PC do B, PSOL e PSB são os autores desse pedido contra. Em discurso, Bolsonaro declarou que “só não estupraria” a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque “ela não merecia”, após ela ter discursado em defesa da Comissão da Verdade que investiga crimes da ditadura militar.

De acordo com o regimento, o pedido de abertura de processo de cassação irá andar rapidamente até o Conselho de Ética da Câmara sem precisar que a Mesa aprove o pedido. É assim quando os autores são partidos políticos.

Jair Bolsonaro merece a pena máxima, merece a cassação pela gravidade da agressão, pela ofensa ao decoro. Porém, já há uma operação para que ele receba uma pena mais branda. O artigo 10 do Código de Ética Parlamentar admite censura, verbal ou escrita, suspensão das prerrogativas regimentais e a suspensão do mandato por seis meses.

Uma pena que os demais partidos, incluindo os de oposição, estejam quietos. A democracia pede ajuda para ser fortalecida cada vez mais. Jair Bolsonaro é o conservadorismo de extrema direita.

De minha parte, defendo que ele não seja cassado, mas sim punido exemplarmente. Porque todas as vezes que ele desrespeita os princípios da democracia, nos lembra o quanto ela é importante. E ele não passa de um “estuprador” da liberdade de opinião.

Apenas isso.