Cautela! Essa é a principal dica do economista Cícero Péricles para os alagoanos nas compras do final do ano. Ele alerta também sobre como gastar o 13º salário e orienta sobre o que fazer para não começar o ano novo com dívidas. Segundo Cícero Péricles, o valor pode ser usado para o pagamento de débitos já existentes.

“Essa parcela extra de renda deveria ser gasta, primeiro, para o pagamento de dívidas. É um bom momento para se ver livre de débitos no cartão de crédito, cheque especial ou qualquer tipo de empréstimo bancário. Outra dica é comprar apenas o efetivamente necessário, sempre que possível à vista, que ficará mais barato”, disse o economista.

Cícero lembra também que, mesmo com todo o apelo do comércio pelas compras, é importante que as pessoas adquiram produtos com moderação dentro de suas possibilidades financeiras. Pensar no mês de janeiro, onde existem despesas como o pagamento de tributos e matrícula escolar, para quem tem filho, não pode ser esquecido.

Para o economista, o aumento do salário mínimo, em janeiro do ano que vem, vai ajudar grande parcela da população brasileira. “O salário mínimo está readquirindo poder de compra. Com o valor estabelecido para janeiro do próximo ano, R$ 788, o trabalhador poderá comprar três cestas básicas, quando há 10 anos não comprava uma, mas ainda está longe de se aproximar do valor ideal, estabelecido em lei, que seria de R$ 2.900, segundo o Dieese”, afirmou.

Movimento na economia

O bom momento da economia vivido pela injeção do 13º no comércio vai além do salário pago a trabalhadores que estão na ativa. “Em Alagoas, são 510 mil trabalhadores com contrato formal e 490 mil beneficiários – aposentados e pensionistas - da previdência social”, elencou o economista.

Segundo Cícero Péricles, a soma desses pagamentos deverá chegar a uma quantia aproximada de R$ 1,2 bilhão, o que significa cerca de 3% do PIB de Alagoas. Somados o 13º e o salário de dezembro chega-se a 16% de toda a renda anual dos trabalhadores.

Liquidações

Mesmo com o forte apelo consumista, uma alternativa é esperar para fazer compras passado o mês de dezembro. “Uma opção é adiar as compras para janeiro, quando as liquidações, as promoções do setor comercial, baixam consideravelmente os preços dos produtos anunciados no final do ano. Dezembro, ainda que se comemore o Natal e final de ano, é apenas um dos 12 meses do ano. Janeiro está logo na frente e chega rápido”, frisou o economista.

Cícero disse ainda que um dos grandes “problemas” do 13º é que, pelo pagamento ser feito em dezembro, tem-se a impressão que o salário é multiplicado.

Sem 13º

Mas, nem todos os trabalhadores recebem o 13º salário no final do ano. De acordo com o economista, em Alagoas existem dois grupos de trabalhadores com características específicas: os autônomos (mais de 200 mil pessoas) e os empregados domésticos ( mais de 100 mil trabalhadores, na maioria mulheres).

A renda dos autônomos é definida em função de sua atividade profissional e o trabalho é por conta própria sem salário regular e fixo. Já para os empregados domésticos, em muitas situações, sem a carteira de trabalho assinada, não é pago o salário adicional do mês de dezembro.